A temporada 2015 será diferente para o Goiás, já que um ídolo trocou as luvas e as chuteiras pela camisa e sapato social. Harlei, tido por muitos como maior jogador do clube, vai viver a aposentadoria dos gramados, mas sem deixar o Goiás, já que aceitou o convite para ser gestor de futebol no Goiás, substituindo Marcelo Segurado, que pediu para sair. Em entrevista exclusiva à 730, Harlei revelou que espera ter vida mais tranquila no escritório do que nos campos.

“É bem mais simples que ir pra dentro de campo. Todo mundo fala que agora é quem vem o pepino, mas não, isso é algo que a gente vai digerir no dia a dia. Foram 24 anos jogando como profissional, 15 deles no clube que eu represento, então eu conheço os quatro cantos do Goiás, eu sei como o Goiás funciona, eu sei o que as pessoas pensam e sei como o torcedor esmeraldino sente, porque eu sou um torcedor. Vai ser muito tranquilo, estou agradecido e feliz”

O novo gestor de futebol foi convidado especial por telefone durante o programa Fanáticos da noite de quarta-feira, e questionado pelo repórter André Rodrigues, tratou de findar um boato antigo: que tem relação estremecida com o goleiro Renan, que herdou a camisa 1 sob o comando de Enderson Moreira. Harlei deu a entender que não existe uma amizade pessoal com o goleiro, mas que a relação profissional é excelente e que vê Renan com um verdadeiro líder do elenco.

“Eu estou fora de Goiânia, mas se tem alguém falando alguma coisa ou colocando em dúvida o meu relacionamento com o Renan, acho que se fizer uma ligação pra ele, tudo fica esclarecido. Temos uma convivência maravilhosa, ele é um excelente profissional e eu não só vejo capacidade dele ser um líder no Goiás, como ele já é. Eu não frequento a casa do Renan, ele não frequenta minha casa, mas o relacionamento dentro do clube é maravilhoso. Eu conto com ele”

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Máximo trabalho

“Aceitei porque tudo que envolve o Goiás vai mexer com o meu coração e com o coração da minha família. A Carol, minha esposa, criou meus filhos praticamente sozinha, foram muitas concentrações e muitas viagens. Quando surgiu essa possibilidade, conversei e ela me disse: ‘eu administro a casa e você administra o Goiás’. Então, eu não tenho hora pra sair, vou chegar com os primeiros funcionários e ir embora quando puder fechar as portas do clube. Se não fosse assim, não servia pra mim”

Empresários da bola

“A relação com empresários é muito simples e direta: se ele tiver o produto jogador que atende ao Goiás e seja aquele que vai fazer um grande trabalho, levando o Goiás a ganhar campeonatos, a gente senta e conversa. Se ele entender que o Goiás é uma vitrine excepcional, que a camisa tem um grande peso no futebol brasileiro e que o jogador dele só vai ter a ganhar, ele será tratado com todo respeito e profissionalismo”

Orçamento reduzido

“Quando você não tem muita condição de ir ao mercado, você usa a receita caseira. A muito tempo o Goiás vem usando bem essa receita caseira, haja visto como foi esse ano. A primeira coisa é estar unido com o Osmar (Lucindo, diretor da base), trocando sempre ideia, e quando não tiver dinheiro para fazer contratações, a gente usa nosso produto da casa, os nossos meninos. Não existe time barato, nem time de garotos. Existe o time do Goiás, talento não tem idade”

Base privilegiada

“Eu não aceitaria o convite do presidente em hipótese alguma se quem dirigisse a base não fosse uma pessoa ligada a mim. Osmar Lucindo é uma pessoa que quero ao meu lado 24h, quero acompanhar todos os treinamentos da base, os jogos, quero estar todos os dias informado de tudo que está acontecendo, dos novos valores e de jogadores que podemos trazer para o profissional. Eu não abro mão do trabalho do Osmar e antes de aceitar o convite, eu liguei pra ele e ele se colocou a disposição”