Com a cara mais fechada que o normal, uma preocupação além do normal. Talvez pelo adversário desta sexta-feira, que tem uma bola parada poderosa, talvez pelas especulações exageradas em torno de um dos principais jogadores do elenco, o meia Jorginho. Hélio dos Anjos não parecia estar muito confortável, mas ainda assim mostrou confiança no Atlético para o duelo contra o Paraná, nesta sexta-feira, às 19h30. Mas também se irritou.
O motivo foi toda a situação escancarada nesta semana em torno de Jorginho, criada pelo empresário do atleta, Jair Silva, que esteve em Goiânia e dizia ter uma proposta oficial de um grupo de empresários pelo jogador. Seriam dois times entre os 12 principais do Brasil e mais clubes do Oriente Médio. Hélio pediu calma e disse que o meia, apesar de importante, não atingiu todo esse status.
“Eu sempre tenho uma sorte de encontrar essas coisas na minha carreira. A quatro meses atrás, o Jorginho era um dos jogadores do clube, hoje é um dos expoentes. As coisas tem de ser feitas de forma devagar. Não tem condição de fazer leilão, pegar algo lá e vir aqui para ver o que o Atlético pode oferecer, não tá nesse nível ainda. Não são quatro ou cinco jogos que vão fazer o jogador ter muitos clubes atrás dele”
A segunda preocupação é com o Paraná, time que vive momento delicado fora de campo pela questão financeira, mas que dentro de campo, está em evolução. O time que venceu o Vila na última rodada tem forte bola parada com as cobranças do meia Lúcio Flávio, mas segundo Hélio, tem mais que isso e vem bem sob o comando de Claudinei Oliveira. Por isso, o treinador quer uma melhoria no conjunto rubro-negro, para ampliar uma pontuação que poucos acreditavam.
“Nós sabíamos das dificuldades que teríamos nesses cinco jogos em casa, e antes da Copa, quando pegamos essa programação, ninguém poderia esperar o Atlético fazendo essa pontuação. Temos que melhorar o sentido de equipe, que deixamos cair um pouco contra o Ceará. Essa partida é contra um adversário que busca pontuar para se recuperar na competição e nós estamos atentos porque eles mostraram qualidade contra o Vasco, no todo, e o 2º tempo deles contra o Vila foi muito bom também”
A escalação rubro-negra não é segredo para ninguém, e isso tem um motivo para acontecer: Hélio quer dar uma cara para a equipe, que esbarrou muito nesse obstáculo no 1º semestre. O treinador acredita que só com uma repetição, somente com uma base garantida, é que o time terá sucesso em um futuro breve, e por isso, explica o que ainda está faltando para o Dragão atingir esse patamar.
“O principal que tá faltando pra mim é jogo, número de jogos. Nós enfrentamos o Ceará que tinha oito jogadores do ano passado, vamos enfrentar o Joinville que já vem de uma base do Catarinense, que só mudou o esquema, tem o Avaí também que manteve boa parte, então nós precisamos é de jogo. Por isso, não quero fazer mudanças radicais, uma equipe para adquirir identidade tem que ter repetição, tem que manter a mesma estrutura tática.