No público ou privado, quem precisa de atendimento médico neste final de ano tem se deparado com prontos-socorros lotados e uma longa espera em função disso. Em entrevista à Sagres, o presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), Haikal Helou, afirmou que isso liga um sinal de alerta, pois há cerca de sete dias a procura por atendimento médico aumento de 35 a 50% nas unidades emergenciais.
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“Dentro das unidades de um hospital, nós podemos ter um aumento da procura por internações, por consultas, por terapia intensiva e o que nós temos agora é um aumento da busca ativa por prontos-socorros, por atendimento emergencial. Em um período que isso tende a desacelerar no ano, aumentou substancialmente”, explicou o presidente.
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Justamente pelo fato de esperar uma desaceleração, como geralmente ocorre nessa época, Haikal declarou que este aumento repentino pegou todos de surpresa. “No geral nós tendemos a diminuir as equipes nesta época do ano, mas isso tudo será restabelecido. É uma situação de aparente normalidade e, de repente, há uma confusão brutal em cinco dias. Não tem como prever, não tem como planejar o imponderável, nós não tínhamos ideia que chegaria a esse ponto em Goiânia”, reforçou.
Como, por enquanto, as buscas estão concentradas em prontos-socorros, o presidente da Ahpaceg disse acreditar que há uma tranquilidade um pouco maior, quando se compara com a pressão em cima de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Porém, caso necessário, Haikal contou que já tem preparado ações de emergência.
“Nós estamos alertando as equipes que podem estar de licença da possível necessidade de mobilização imediata, estocando as medicações dentro da possibilidade que devem ser as mais utilizadas e ativando a comunicação entre nós para transferências intra-hospitalares. Mas ainda não precisamos de nada disso”, detalhou o presidente que ainda afirmou que a Covid-19 foi como um “doutorado” para saber lidar com situações de muita pressão hospitalar.
Doenças virais
Haikal Helou explicou que há uma conjunção de fatores para o aumento nas buscas por prontos-socorros, como as novas cepas da H3N2 (Darwin) e do Sars-Cov 2 (Ômicron), além de mais registros de casos de dengue. Uma das questões é que doenças virais costumam ter sintomas iniciais parecidos, mas com tratamentos semelhantes também.
“É hidratar esse paciente, diminuir a febre e usar analgésico caso ele sinta dor, enquanto faz a investigação. O mais importante é um bom exame clínico, médico, a história, onde o paciente esteve, como estavam as pessoas no local, se tem surto de dengue na região, algumas característica da doença e exames complementares”, informou Haikal, que também alertou para um tempo maior de espera nos resultados dos exames, diante do volume de pedidos.
Em relação ao modo como as doenças que mais estão sendo identificadas são transmitidas, o presidente da Ahpaceg pediu que as pessoas tenham mais cuidado. Segundo ele, medidas como o distanciamento social, higienização das mãos e uso de máscara precisam ser mantidas, enquanto, pela dengue, é importante estar atento aos focos do mosquito aedes aegypti.
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