No começo da tarde dessa quinta-feira, o treinador Márcio Fernandes pediu demissão do Vila Nova para acertar com o Botafogo-SP. A diretoria colorada convocou uma coletiva para falar sobre a saída do técnico, mas foi o diretor Hugo Jorge Bravo que abriu a tarde de entrevistas, anunciando que também está deixando o Tigrão por não concordar com a nova filosofia que o clube irá adotar a partir de agora.
“Não sou funcionário do clube, sou colaborador, mas tenho plena convicção de que, mesmo assim, fiz muito mais pelo Vila do que alguns que aqui estiveram e receberam pra isso”.
O dirigente afirmou que é normal existirem pensamentos divergentes no futebol e ressaltou que o principal problema do Vila Nova são as pessoas dentro do próprio clube. “Ninguém está certo e ninguém está errado. A única linguagem do futebol são as vitórias, os três pontos. Você pode fazer tudo certo e dar errado e pode fazer tudo errado e acabar dando certo. Às vezes, pensamos uma coisa e outras pessoas pensam outra coisa. Mantenho minha tese de que o maior adversário do Vila é o Vila”.
“Sempre vivi intensamente o dia a dia do clube e saio daqui que demos nossa contribuição com o clube, pelo menos por um momento. Fico muito orgulhoso quando vejo o brasão do clube e vejo a estrela da conquista do ano passado e lembro que participei do ótimo ano de 2015. É injusto destacar só alguns nomes, mas vale citar o vice Marcus Lorenzo, o Rafael, que não está mais entre nós, o Muller, o Paulo (Pinheiro)”.
Hugo revelou que o presidente Gutemberg Veronez pediu sua permanência, mas entendeu seus motivos para deixar o Vila. “Queria a permanência, mas entendeu meus motivos. Não existe nenhum tipo de discórdia, rancor ou atrito. O presidente precisa ser respeitado e suas ideias também. Se não estou concordando com uma coisa ou outra, devo sair, ‘os incomodados é que se retirem’, como diz aquele dito”.
A busca por um novo treinador no Vila também foi comentada por Hugo, que destacou que não houve consenso com o presidente da equipe. “Foi apresentado um nome, mas o presidente afirmou que, hoje, o Vila não teria condições, apesar do técnico ser do mesmo patamar salarial da atual comissão técnica”.
Foi a segunda passagem de Hugo Jorge Bravo como diretor do Tigrão. Ele assumiu o cargo de diretor de futebol colorado em dezembro de 2014. Emocionado, lembrou que nunca vai deixar o Vila, mas que esse afastamento momentâneo do clube possibilitará que ele possa, pela primeira vez, ir para o estádio com o seu filho. “Vou ter a oportunidade de ir ao estádio com meu filho pela primeira vez. Não vou sair, abandonar o Vila jamais. É um até logo. Eu vou voltar ao Vila”.