Não é fácil de se administrar ser “rejeitado” pelo seu próprio povo. Isso no futebol significaria ser vaiado e ouvir o povo pedindo outro atleta em seu lugar ao defender o manto de seu país. Hulk viveu isso recentemente, mas ao que parece, isso está mudando. Jogando em solo brasileiro com o Brasil, o jogador foi vaiado contra Inglaterra e França, mas contra o Japão, foi substituído sob aplausos. É a mudança que o atacante pretendia.
“Quando eu entro em campo, como qualquer outro companheiro, é momento de agradecer a Deus por vestir a camisa da Seleção Brasleira, é o sonho de qualquer um. Quando eu escuto o nome de Lucas ou de qualquer outro para me substituir, eu fico tranquilo por ter total confiança dos meus companheiros e também do treinador. Fui aplaudido no último jogo, a gente fica feliz de ter o trabalho conhecido. Quando eu saí do Brasil, foi muito cedo e não tive a oportunidade de me mostrar, estou fazendo isso agora”
Nesta segunda partida da Copa das Confederações, contra o México, às 16h, no Castelão, o atacante, mais uma vez confirmado como titular, irá se sentir em casa. Natural de Campina Grande (PB), Hulk terá a presença de muitos torcedores especiais: sua família, a exemplo do que já aconteceu em um amistoso contra o China, em Recife, ainda sob o comando de Mano Menezes, quando o Brasil goleou por 8 a 0.
“Não é a primeira vez, já estive com a Seleção em Recife, ganhamos da China por 8 a 0, fomos felizes e fiz gol, levantei a camisa 100% Nordeste. Amo a Paraíba e mostrei o carinho e reconhecimento que tenho por todos os nordestinos. Minha familia tá vindo sim, algumas pessoas, meu pai também chegou, então terei pessoas me apoiando.
Manifestante famoso
Por ser da Paraíba e buscar o futebol para crescer na vida, a infância e adolescência de Hulk não foi nem um pouco fácil, e por isso, apesar não ser tão conhecido no próprio país, ele sabe bem das dificuldades que existem. Até por isso, Hulk não correu ao ser perguntado sobre as manifestações em todas as regiões. O atacante admitiu que sentiu vontade de ser um anônimo para estar junto nas ruas.
“Muitos tem a imagem que jogador só se preocupa com futebol, mas não, estamos ligados, sim, com o que acontece em relação aos protestos, as informações que estão sendo passadas. Eles tem razão, todos sabem que nosso país pode dar um salto muito grande em várias situaçoes. Eu, por vir de baixo e hoje estar em uma posiçao boa, graças a Deus, bate sim um pouco vontade de estar lá. Temos que dar moral sim pro manifesto, eles sabem que o Brasil precisa de muitas coisas, a gente fica sentido também porque sabemos que é tudo verdade”