Estádio vazio, piscinas praticamente paradas e uma estrutura poliesportiva novinha ainda pouco utilizada. O esporte em Aparecida de Goiânia foi duramente afetado pela pandemia. A cidade entra em seu ano centenário com muitos desafios pela frente.

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“Estamos esperando acabar a Pandemia para trazer os atletas para treinarem aqui com esse equipamento moderno e único em Goiás”, afirmou o secretário de Esportes, Gerfeson Aragão. Ele se referiu a recém inaugurada Estação Cidadania e Esporte. Concluída em novembro de 2020, a obra que custou cerca de R$ 5 milhões ainda foi pouco utilizada por conta da pandemia. Localizada no Parque Trindade, a instalação também poderá ter um importante papel social.

“O atleta que estiver aqui vai receber uma bolsa mensal de R$ 1 mil durante 10 meses. A contrapartida dele é dedicar algumas horas para as crianças da associação esportiva da modalidade que ele estiver recebendo a bolsa”, explicou Geferson.

As restrições que inviabilizam o uso continuo da Estação Cidadania e Esporte também afetam o Centro Olímpico, que deixou de receber as aulas de natação e hidroginástica que beneficia sobretudo os idosos. Já o público em geral deixou de acompanhar de pertinho os jogos da Aparecidense. Justamente no momento em que o time busca a identificação com a Cidade. O goleiro Pedro Henrique, por exemplo, sentiu isso na pele.

“A cobrança já ocorre na padaria, às 7h. Eu fui literalmente testemunha de tudo que está acontecendo com a Aparecidense. Estamos sentindo falta dessa cobrança e da repercussão dos jogos. Nossa torcida é mais familiar e quando existe essa proximidade, existe maior liberdade pra dar parabéns ou cobrar”, disse Pedro que defende o gol da Aparecidense há quase dez anos.

O empresário Elvis Mendes trocou de time e hoje é presidente da Aparecidense. “Minha relação com Aparecida é muito boa. eu moro em Aparecida e tenho minhas empresas aqui. Quando veio esse convite de ficar mais próximo, eu recebi tranquilamente. E apaixonado por futebol, eu vi com bons olhos e acabei me aproximando mais”.

Fundada em 1985, a partir do futebol amador, a Aparecidense começou a se destacar com a parceria com o poder público municipal. “Maguito Vilela fez ressurgir das cinzas a Aparecidense. A relação do time com o poder público é 100% boa. Hoje, o atual prefeito Gustavo Mendanha dá continuidade a esse trabalho, dando apoio não só para o clube profissional, mas tbm para as equipes de base com um trabalho social muito bem feito, que tira as crianças da rua”, ressaltou Elvis.

Maguito Vilela era presidente de honra do clube e morreu em janeiro por complicações da Covid-19. Outro importante dirigente que Aparecidense também perdeu em decorrência do Coronavírus foi o ex-diretor de futebol, João Rodrigues, o Cocá. “Não tem como mensurar as perdas para o futebol goiano. A perda do Maguito foi imensa. Era um amigo pessoal. Eu dei continuidade no trabalho por causa do Maguito e do Cocá, que ficava 24 horas no clube”, lembra Elvis.

E com o pensamento de honrar o legado de Maguito e Coca, a Aparecidense projeta o futuro. Finalista dos Goiano em 2015 e 2018 e com participações destacadas na Copa do Brasil o clube busca o caminho de se estruturar. “Quem for vir pra cá agora vai pegar um clube estruturado”, afirmou Pedro Henrique.

E para o ano do centenário de Aparecida de Goiânia, um dos propósitos do presidente é fortalecer ainda mais a relação do clube com a Cidade. “Ser Aparecidense é ser Bairrista. Sou de Aparecida e cobro de todos para que vistam a nossa camisa. Vamos torcer para a Aparecidense”, reforçou Elvis.