A Comissão mista da Assembleia Legislativa aprovou prorrogação do prazo de entrega do relatório do projeto que autoriza a negociação CELG – Eletrobrás.

O relator da proposta, Jardel Sebba (PSDB), alegou que é necessário realizar mais duas audiências públicas para debater o projeto. As audiências serão realizadas nos dias 25 de março e 08 de abril. O primeiro encontro será com representantes da OAB, Fieg e Faeg. Na segunda audiência, o projeto será debatido com representantes da Eletrobrás e BNDES.

Governador critica

A posição da Assembléia não foi bem recebida pelo governo do estado. Na manhã desta quarta-feira, 17, o governador Alcides Rodrigues fez criticas a postura dos deputados.

“Eu imagino que os parlamentares estão sub-avaliando os problemas irreversíveis que isso pode causar, não para o governador, mas para a sociedade. Se o Governo Federal decretar  uma intervenção, vai ficar uma conta de R$ 6 bilhões para o Estado pagar”, alertou.

Alcides destacou que há mais de três anos o Governo tem trabalhado por esse acordo para salvar a CELG. “Agora que o resultado está começando a aparecer, a Assembléia começa a colocar politicagem em um assunto sério”, criticou.

O governador disse ainda que vai mostrar à toda a sociedade os problemas que podem ser causados com essa demora na aprovação do projeto, contestou a informação de que algum poder constituído do Estado tenha solicitado uma audiência pública e reiterou que não é responsável pelo endividamento da CELG.

“Nunca tirei meio centavo desta empresa. Estou procurando solucionar os problemas que ela enfrenta, como solucionei o problema do déficit”.

Insatisfação dos prefeitos

O presidente da AGM, Abelardo Vaz, afirma que mesmo respeitando a Assembleia, o estado de Goiás precisa que o projeto da CELG seja aprovado com urgência pelos deputados. “Se não houver a aprovação dessa lei, o problema não será resolvido esse ano”, alertou.

O prefeito de Senador Canedo, Vanderlan Cardoso, também comentou a decisão e mostrou a insatisfação dos prefeitos com a decisão da Assembleia de fazer mais duas audiências publicas para debater o projeto. Vanderlan diz que as prefeituras e a sociedade são os mais prejudicados com a demora na aprovação.

“Esse é um caso sério. Peço o bom senso dos deputados, pois a maioria  dos municípios passa por dificuldades e tudo estoura a nas nossas mãos. Eles são eleitos por nós e não podem fazer isso”, apelou.

Interesse público

O presidente da OAB, Henrique Tiburcio, participou de uma reunião com o Governador e pediu que os deputados façam o máximo para aprovar o projeto com urgência. Henrique Tiburcio pede que a assembleia coloque o interesse publico acima de qualquer outro e informou que não pediu para os deputados nenhuma audiência para debater o projeto.

“É primordial salvar a Companhia. Nós queremos discutir estas questões, mas o momento é emergencial”, alertou.

‘Debater melhor’

Para o presidente da Assembléia, deputado Helder Valim, (PSDB) o projeto corre dentro de processo de tramitação normal. Segundo ele, há informações que os deputados ainda não tiveram acesso, por isso eles optaram pelas audiências públicas. “O objetivo é debater melhor a responsabilidade de  aprovar este projeto”, disse.

Valim comentou as críticas do governador Alcides Rodrigues, para quem  questões políticas teriam prevalecido na ação dos deputados. “Entendo que talvez ele não tenha acompanhado os procedimentos realizados na Assembléia. Mais de 50% dos deputados votou a favor de uma discussão maior”, relatou.

O presidente da Assembléia descartou ainda um processo de intervenção federal na CELG, em função da demora na aprovação da matéria. “O projeto está na Assembléia há cinco dias. Não é possível que cause uma intervenção. Com as audiências, nós podemos contribuir ainda mais para recuperar a CELG”, garantiu.