A imunologista e professora do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da UFG, Ana Paula Junqueira Kipnis, detalhou à Sagres 730 nesta sexta-feira (8) a taxa de eficácia da vacina CoronaVac e qual a importância disso para as pessoas que receberão o imunizante. O Instituto Butantan anunciou, ontem, à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que a vacina CoronaVac, feita em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, tem uma eficácia de 78% em casos leves de covid-19 e 100% em casos graves.

“100% dos indivíduos que foram vacinados não desenvolveram a doença grave, ou seja, não foram hospitalizados, mesmo pessoas idosas, ou pessoas com comorbidades, então 100% das pessoas não tiveram internação, e esse é um fato importante. Das pessoas que tiveram a covid-19, a vacina foi capaz de reduzir os casos moderados, aquele que a pessoa fica doente e precisa procurar um médico para tratar os sintomas, então a vacina foi capaz de reduzir em 78% o número de casos moderados da doença”, apontou.

A vacina garantiu proteção total contra casos graves e mortes provocadas pela doença. De acordo com a imunologista, se toda população for vacinada o número de internações, de óbitos e de atendimento nas unidades de saúde será reduzido. “Isso pode dar o enfrentamento melhor para essa doença”, afirmou. “A maioria das pessoas que não foram vacinadas tiveram a fase grave da doença, enquanto as pessoas vacinadas não tiveram a forma grave da doença”.

Sobre a eficácia da vacina, Ana Paula destacou que depende de vários fatores. “Determinar a eficácia de uma vacina depende de vários fatores, precisa ter um número grande de doentes para poder comparar com o grupo que foi vacinado e outro que não foi”, disse. Para a covid-19, foi definido que os ensaios clínicos deveriam ter cerca de 268 casos de covid para comparar os grupos. “A CoronaVac foram 218 casos, 160 aconteceram no grupo que não foi vacinado, e 60 no grupo que foi vacinado. Isso demonstra que a vacina gerou uma eficácia, reduziu os números de casos”, completou.