(Foto: Divulgação / Corpo de Bombeiros)

O número de incêndios em Goiás cresceu mais de 50% entre janeiro e setembro deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado, revelou o major Eberson Holanda, subcomandante da Operação Cerrado Vivo, em entrevista à Sagres 730 nesta quarta-feira (18). Na terça-feira (17) o Corpo de Bombeiros informou que o mês de agosto foi o recordista em número de ocorrências de queimadas no Estado

Só neste mês, foram registrados 2.277 incêndios, contra 1.368 em agosto de 2018 e 1.792 em 2017, um aumento de 41%. Os números de setembro foram ainda mais preocupantes e chegaram muito perto do índice registrado no mês passado (67%), com 1.539 casos registrados até ontem. “Nós ainda temos praticamente mais um mês de seca pela frente”, disse o major, prevendo a continuidade do crescimento das queimadas.

A tendência de aumento já vinha sendo monitorada pelo comando do Operação Cerrado Vivo. Em 21 de agosto, o major Eberson Holanda confirmou à rádio aumento de 32% em relação ao mesmo período de 2018. Segundo major, o Estado estava sob o que denomina de “efeito 30/30/30”: ventos de velocidade média de 30 km/hora; umidade relativa do ar abaixo de 30% e temperatura média oscilando em cerca de 30º.

O major observa que as condições pioraram, pois, os ventos estão mais fortes, a temperatura de aproxima de 40º e a média da umidade do ar caiu para 12%. De acordo com o Centro de Informações Metereológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo) da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Goiânia registrou a mais baixa taxa de umidade: 9% em 5 de setembro. A temperatura mais alta registrada no Estado foi de 41,3º nesta segunda-feira em São Miguel do Araguaia. A mais alta em Goiânia foi de 38,1º.

De acordo com o major, esses fatores combinados com a massa vegetal mais densa nas áreas verdes, o período mais longo sem chuvas (faz 124 dias que não chove em Goiânia) e o hábito das pessoas de colocarem fogo em lixo explicam o crescimento das queimadas. “Cerca de 30% das ocorrências de incêndios que chegam no Corpo de Bombeiros são em lotes baldios”, revelou.

Em entrevista à Sagres em 27 de agosto, o pesquisador e vice-coordenador do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig) da UFG, Fernando Moreira de Araújo, revelou que 90% do fogo registrado em Goiás é antrópico, ou seja, foi provocado pelo homem. Só 10% é fogo natural. 

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