A cidade atingiu todos os cúmulos de placas e o fato é que a invasão ainda não chegou ao fim. Quando se imagina que não cabe placa mais em lugar algum, a máfia descobre um cantinho de horizonte para plantar uma tela de publicidade. Goiânia está tomada, principalmente nas avenidas de maior movimento, como a Mutirão e a 85.

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A sujeira visual é um horror que chegou ao interior do Estado. Nas ruas de cidades como Inhumas a bagunça é imensa, parece que as comarcas não têm promotor de justiça ou o Ministério Público desistiu da poluição visual. Se o Ministério Público ainda não foi extinto, não existe explicação para Goiânia e municípios do interior estarem infestados de placas e telas. Quer dizer, existir até existe, mas é preferível descrer em conluio.

Além da zona urbana, lotaram também as margens das rodovias. Se algum promotor de justiça saiu de casa nos últimos anos, é impossível não ter constatado o excesso de anúncios em ruas e nas estradas estaduais e federais. Outras autoridades que, com sua omissão e incompetência, também colaboram são os prefeitos, secretários e vereadores.

As agências de mídia externa têm seu valor e reconhecem o exagero. Os empresários sérios combatem os excessos e as ilegalidades, pois grande parte das placas é irregular. Se o próprio pessoal do meio aceita que passou dos limites, é descabido que as autoridades não tenham chegado a igual conclusão.

Em Goiânia, o outdoor tradicional é apenas uma das formas de exibir cartazes em placas gigantescas. Os mais lucrativos são os anúncios em telas descomunais, que passam filmes publicitários dia e noite, piorando o trânsito, aumentando o estresse e impedindo que a vizinhança durma. Quando instalarem um monstrengo desses ao lado do quarto de um promotor ou procurador, as providências serão tomadas imediatamente.