https://www.youtube.com/watch?v=Lg_9yc8oE54As investigações do Ministério Público Estadual constataram o envolvimento do vereador Paulo Borges (PMDB) e de outras três pessoas com o pagamento de propina tanto para liberação de licenças ambientais, como para evitar embargos e multas a empresas que recorriam à Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA) em busca da documentação.
O empresário Elicio Vaz gravou várias imagens, que estão presentes no mandato de prisão preventiva, de condução coercitiva e de busca e apreensão expedido pela justiça e cumprido pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GRAECO). O Portal 730 teve acesso aos arquivos de vídeos. (veja vídeo)
Inicialmente, o documento apresenta a relação entre o consultor ambiental Afonso Antunes, preso temporariamente no dia 11 de janeiro, e o vereador Paulo Borges. Em seguida são citadas várias ligações e encontros envolvendo os dois e também Elicio Vaz, no departamento de contencioso fiscal da AMMA, no restaurante Piquiras no shopping Buena Vista e em um posto de gasolina na esquina das avenidas T-4 e T-12.
Em depoimento ao GRAECO, Afonso Antunes revelou que o diretor do Departamento do Contencioso Fiscal da AMMA, lhe disse que cobraria de Elicio R$ 10 mil a título de compensação ambiental. Posteriormente, Ivan teria mudado de opinião e dito que a quantia seria repassada a um vereador como propina.
Inicialmente, Paulo Borges queria R$ 10 mil só para ele, ficando a parte de Afonso para ser combinada com Elicio. Depois da argumentação, Afonso teria conseguido que o vereador aceitasse dividir em partes iguais os R$ 10 mil pagos pelo empresário pelo desembargo autorizado, ficando assim R$ 5 mil para cada um.
Afonso afirma no depoimento que repassou R$ 5 mil ao vereador Paulo Borges. Segundo ele, a entrega foi feito no gabinete do parlamentar, na Câmara de Goiânia. Posteriormente, ele recebeu os R$ 10 mil de Elicio.
Ivan teria agido como intermediador entre o vereador e o consultor ambiental, definindo o valor que deveria ser pago pelo empresário.
Outro parlamentar
Os representantes do GRAECO citam no texto que após a deflagração da Operação Jeitinho no dia 11 de janeiro, várias pessoas procuraram o órgão para denunciar atos de corrupção na AMMA, principalmente contra Airton Rossi Caetano Vaz.
O documento cita ligações do vereador Wellington Peixoto (PSB) para Afonso, pedindo que ele intercedesse junto ao gerente de controle fiscal da AMMA Valdomiro Ferreira e ao diretor de licenciamento da AMMA Airton Rossi para que negligenciassem uma atuação fiscalizatória ambiental em um de seus postos de combustível, que passaria por reformas. Os dois também falaram sobre a possibilidade de manutenção de Airton no cargo estratégico.
Wellington disse a Afonso que não sabe se conseguiria manter Airton na AMMA após a chegada de Pedro Wilson, escolhido por Paulo Garcia como novo secretário da complicada pasta ambiental.
O Ministério Público cita que alguns funcionários da AMMA confirmaram a ‘fama de corrupto’ de Airton Rossi, mas estes preferiram não depor, temendo represálias.
Foram com estas informações, que GRAECO pediu a condução coercitiva de Wellington Peixoto e Airton Rossi, para que eles fizessem um depoimento sobre suas ações.