(Foto: Câmara Municipal de Goiânia)
O prefeito de Goiânia, Iris Rezende (MDB), prestou contas na Câmara Municipal de Goiânia, relativas ao segundo quadrimestre de 2019. Diferente de outras prestações, em que ocorreram pesados embates, desta vez o tom foi mais leve. Uma quantidade menor de críticas foi direcionada ao prefeito e aos secretários.
Os números da gestão, que confirmam recuperação das finanças municipais, ficaram em segundo plano e vereadores da base do prefeito usaram suas participações exclusivamente para bajular o ex-governador. Entre os destaques, está a fala do presidente da Casa, Romário Policarpo (Patriota), que pediu desculpas ao prefeito por ter criticado e desconfiado da secretária de Saúde, Fátima Mrué. O secretariado saiu da mira dos vereadores.
Por outro lado, a oposição ficou restrita às falas do presidente da Comissão Mista, Lucas Kitão (PSL), além das vereadoras Sabrina Garcêz (sem partido) e Cristina Lopes (PSDB). Para a vereadora Sabrina, alguns pontos ficaram sem resposta, como por exemplo, as questões das despesas, para ela é uma indagação que a prefeitura não conseguiu explicar. “Ela fala de um superávit existente, mas a qual custa esse superávit”, questionou. “O prefeito disse que o empréstimo não entrou nessa contagem, mas então como que é feito isso, qual é essa mágica de você ter despesa maior que receita e ainda ter um superávit, isso não foi explicado”, completou.
A vereadora Sabrina Garcêz faz referência ao superávit primário apresentado na ordem de R$ 142 milhões, levando em consideração o que a prefeitura arrecadou e o que gastou de janeiro a agosto deste ano. No entanto, os números mostram que as despesas cresceram acima do índice registrado na receita. Os recursos que entram tiveram aumento de 8,37%, enquanto que a despesa real da prefeitura teve elevação de quase 10% – 9,99% durante o período.
O principal fator para o aumento da despesa é o crescimento vegetativo da folha de pagamento dos servidores, que subiu quase 11%, além dos encargos com juros da dívida. Em termos nominais, ou seja, em valores brutos, a receita da prefeitura saltou de R$ 2,9 bilhões de janeiro a agosto de 2018, para R$ 3,3 bilhões, uma evolução nominal na ordem de 12,09%. O crescimento real da receita, que é quando se desconta a inflação foi na ordem de 8,37%.
A evolução nominal da despesa foi de 13,76% e a real, quando descontada a inflação, foi de 9,99%. O prefeito Iris Rezende minimizou o crescimento da despesa e os possíveis impactos em longo prazo. “Tudo isso está sendo feito com muita responsabilidade, tanto é que aquele empréstimo de R$ 600 milhões iniciado na administração anterior com Banco Andino, nós reiniciamos o projeto junto ao Banco Andino e, então nós recebemos a visita do presidente da Caixa Econômica Federal e o superintendente disse que não aceitava que a gente buscasse dinheiro no exterior”, contou. “A Caixa Econômica faz questão de assumir esse projeto e executá-los de forma que nós estamos prestes a assinar o contrato com a Caixa Econômica Federal, que nos trouxe uma economia de mais de R$ 100 milhões em relação ao que pagaria ao Banco Andino”.
Até agora, a prefeitura ainda não cumpriu a vinculação constitucional com Educação no município. O prefeito garantiu que novos investimento na área vão corrigir a situação. “Hoje eu posso dizer, a Educação infantil e fundamental de Goiânia é exemplo para o Brasil inteiro, se ainda não completamos o percentual constitucional exigido é porque nós estamos fazendo muita coisa com pouco dinheiro, mas com as construções agora que estamos realizando a Prefeitura não ficará aquém do que determina a lei”, pontuou.
Iris Rezende também foi questionado sobre a quantidade de servidores e o crescimento vegetativo da folha de pagamento. Segundo ele, não é da Prefeitura de Goiânia, mas sim, em todas as prefeituras, governos e do poder público de um modo geral, o excesso de servidores. “Porque muitas vezes abre-se um concurso com receio de faltar funcionários e vai nomeando, mas não existe excesso que eu diria preocupante na Prefeitura de Goiânia”, defendeu. “Nós temos hoje o número de servidores necessários para a realização do trabalho em todas as áreas da administração, tanto é que agora nós vamos abrir concursos específicos para médicos e outras áreas que sem os quais a prefeitura não tem como funcionar, mas tudo dentro de exigências”.