Ser o mais velho de uma Seleção recheada de garotos com 20, 21 e 22 anos é uma responsabilidade extra quando a sua função é defender a meta do perigo adversário. Para um goleiro como Júlio César, isso é um desafio maior ainda após a história vivida na última Copa do Mundo, na África do Sul. Criticado após uma falha marcante contra a Holanda, que culminou na eliminação brasileira, o camisa 12 voltou ao gol do Brasil após três anos e sabe que é sua última chance.

Eu acho que o Felipão, a partir o momento que ele assumiu a Seleção, foi nítido isso que ele iria mesclar a experiência com jogadores jovens. É a confiança, o conhecimento do dia a dia dentro do ambiente de Seleção Brasileira, e acho que isso é um fator primordial. As coisas mudaram bastantes nos últimos dois anos na minha carreira, então eu quero aproveitar bastante essa situação e corresponder a confiança. Vejo como a minha última oportunidade de jogar uma Copa do Mundo, quero aproveitar isso”

Depois daquela Copa do Mundo, Júlio César perdeu espaço na Inter de Milão, não foi mais convocado para a Seleção Brasileira de Mano Menezes e acabou se transferindo para o pequeno Queens Park Rangers, da Inglaterra, na última temporada, e não pôde evitar o rebaixamento. De volta com Felipão, o goleiro, assim como todos os jogadores, tem se emocionado com o apoio da torcida brasileira, algo que ele não havia presenciado ainda.

Eu não lembro das minhas últimas passagens com a Seleção no Brasil de ter um apoio tão forte, principalmente na hora do hino. A gente tá tendo uma energia muito forte na entrada e fica ainda mais motivado, ainda com mais vontade para jogar. Isso pra gente é muito bom e faz com que a gente demonstre o nosso melhor, com mais calma, porque a gente sabe que eles estão do nosso lado”

Júlio tomou apenas dois gols nos três primeiros jogos da Seleção nessa Copa das Confederações, o que tem mostrado a eficiência do sistema defensivo. Isso também se vê nos números: o Brasil foi a Seleção mais faltosa da 1º fase da Copa das Confederações (67 faltas), e o goleiro não vê isso com negativo. “Em relação as faltas, eu vejo isso como positivo. Desde a entrada do Felipão, nos jogos anteriores, nos amistosos, tomamos gols de contra-ataque e uma coisa que ele pedia era pra parar a jogada, e acho que estamos tendo sucesso quanto à isso”

Duelo decisivo

Julio Cesar RafaelRibeiro CBFA Seleção tem pela frente nesta quarta-fera, às 16h, no Mineirão, o duelo contra o Uruguai, na primeira semifinal da competição, mas a verdade é que Júlio a trata já como uma final, devido a rivalidade sul-americana em jogo. O goleiro garante que esse período do grupo reunido, desde o final de maio, ajudou e muito para que o Brasil adquirisse um padrão dentro de campo.

Teve uma evolução, mas a gente não pode se contentar. Pelo fato de ter treinado essas três semanas, a gente teve um crescimento enorme, agora temos dois jogos importantes e se Deus quiser, passando pela semifinal, enfrentando a final no domingo. O jogo é muito complicado, contra o Uruguai é sempre catimbado, mas estamos preparados. O fato de termos ganho as últimas partidas não quer dizer que somos favoritos, é sempre muito equilibrado, sempre muito difícil, sempre decidida nos detalhes, então não tem essa de favoritismo por estar jogando em casa”, que ainda completou falando sobre o time celeste.

São três atacante fortíssimos, individualmente podem decidir uma partida, conheço bem todos e vamos ter que ter muito cuidado mesmo. Ano passado o Suárez foi eleito o melhor atacante da Premier League, o Cavani está em franca evolução no momento, tanto é que esta sendo cogitado em grandes equipes da Europa. A atenção vai ter que ser enorme, até porque uma piscada que a gente der, eles podem decidir”