Em audiência de custódia realizada no Fórum, nesta quarta-feira (17), o juiz Adegmar José Ferreira determinou a liberação dos 18 adultos presos na última segunda-feira na tentativa de ocupação da secretaria de educação do estado de Goiás, Seduce. Todos vão responder em liberdade das acusações de dano qualificado ao patrimônio público. Como contrapartida, os manifestantes deverão atualizar endereços residenciais; proibidos de infringir leis e consumo de drogas, além de comparecer ao tribunal sempre que for solicitado.
Um dos advogados de defesa, o dr Gustavo Sabino revela as estratégias para tentar o arquivamento do processo. “No momento foi só uma audiência de custódia para saber se ia ou não manter a prisão dos estudantes e professores. O magistrado decidiu liberar todos. Vai ter uma medida cautelar. Eles vão ter algumas restrições, mas ao mesmo tempo ele negou o pedido do Ministério Público que queria que eles não entrassem prédio da Seduce, por entender que se trata de um prédio público,” aponta.
O advogado também adianta que assim que for instaurado o processo penal, ele vai apresentar defesa. Ainda revela que vai pedir o trancamento da ação penal por meio de um habeas corpus, pois a Polícia Militar teria prendido as pessoas de forma arbitrária, sem qualquer individualização dos crimes praticados.
A defesa garantiu que ainda vai entrar com uma representação junto a corregedoria da polícia militar para avaliar a conduta dos policiais que entraram em confronto com os manifestantes sem a identificação.
Na saída do julgamento, o professor da UFG, doutor em História, Rafael Saddi avaliou o desfecho da situação. “O sentimento é de muita indignação de saber estudantes e professores são tratados como criminosos quando estão lutando por uma causa justa que é a educação. A gente foi levado para a delegacia, ficamos sem água. Só bebemos pela ajuda de outros presidiários. Os carcerários ficaram gritando que a gente foi enfrentar o governador e agora a ordem era pra ser assim com a gente” conta.
Para Rafael, o governo reagiu de forma mais dura porque as ocupações das escolas tem prejudicado o processo de implementação das Organizações Sociais nas unidades de ensino da rede estadual.
A segurança foi reforçada durante a ação. Vários estudantes foram barrados ainda na entrada do fórum. Familiares, colegas de profissão e estudantes também marcaram presença nos corredores com palavras de ordem.