Os sopradores são máquinas usadas para a limpeza de grandes parques de Goiânia, e substituem o trabalho das vassouras. Usando pequenos motores a gasolina, os aparelhos provocam um vento forte e localizado, que retira a folhas, terra e sujeira das pistas de caminhada e ciclovias. O problema é que o motor faz um barulho intenso, que incomoda quem mora perto dos Parques. Além disto, o vento leva poeira diariamente às casas dos vizinhos.
A responsável é a Agência Municipal de Meio Ambiente, AMMA, que já recebeu várias reclamações. A situação é vivida em muitos bairros vizinhos a parques da Capital, mas no setor Parque Ateneu a complicação é ainda maior, já que não há divisão entre muitas casas e a pista que recebe a limpeza com o soprador. O uso do equipamento aumenta o rendimento do serviço, se comparado com o que poderia ser feito pela varrição, mas acaba levando sujeira para os moradores, além da poluição sonora.
“Ele está causando vários transtornos. A poeira aqui fica demais. A gente acaba de limpar a casa e ela já fica toda suja de poeira, quando eles vêm soprando. Também tem o barulho, que é intenso, muito alto. A frequência é de manhã e à tarde, por volta das 9h e das 15h. Pode causar até problemas de saúde devido à poeira. Meu irmão, por exemplo, tem rinite alérgica e isto está prejudicando ele”, destaca a estudante Juliane Alves Cardoso, de 26 anos, que mora ao lado da pista de caminhada do parque Carmo Bernardes.
O caso do policial militar Joel Calisto Arantes Teles, de 47 anos, também merece destaque. Ele afirma que o barulho atrapalha até seu trabalho, já que ele precisa dormir durante o dia. “Eu trabalho à noite, saio às 18h30 e volto às 6h30 da manhã precisando dormir. É o prazo de deitar, já passa esse barulhão danado incomodando a gente. Atrapalha demais”, reclama.
Os problemas causados pelo soprador são conhecidos pela diretoria de Parques (Unidades de Conservação) da AMMA. O responsável pela gestão das unidades, Vilmar Pires, garantiu à reportagem que o trabalho deve continuar sendo feito, mas em horários que incomodem menos a população.
“Realmente isso causa um transtorno com poeira, a própria fumaça e o barulho do equipamento. A recomendação da diretoria é que esse trabalho seja realizado em horários alternativos, que não tenha usuários nas pistas. O pedido é para que seja feito no intervalo entre meio dia e 15h, que é o momento que os parques ficam mais vazios”, garante.
Vilmar informa que o trabalho com sopradores é desenvolvido em todas as unidades e não será abolido. O motivo é que o rendimento para a limpeza das extensas pistas de caminhada e ciclovias é muito maior com o aparelho. Apesar disto, o diretor deixou claro que a mudança para horários com menor impacto sobre a população é uma determinação aos administradores de todos os parques.