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Rubens Salomão

Mais de 41% dos produtores agrícolas em terras indígenas de Goiás não são indígenas

O estado de Goiás é o quarto no país com maior proporção de não indígenas entre os produtores agrícolas com atividades declaradas em terras destinadas aos povos originários, mostram dados do Censo Agro, divulgados pelo IBGE neste mês. De acordo com os perfis identificados pelos próprios produtores durante a realização da pesquisa, 41,18% deles não se identificam como indígenas. Goiás fica atrás apenas de Alagoas (62,8%), Pará (57,2%) e Rondônia (46,3%).

Para a coleta estatística, o IBGE considera as Terras Indígenas registradas pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI) definidas como “oficialmente delimitadas”, a partir da situação fundiária na data de referência. Os locais são divididos entre reservas, terras dominiais, terras interditadas ou terras tradicionalmente ocupadas. Goiás tem seis terras indígenas formalizadas: Carretão I” (entre Nova América e Rubiataba), Carretão II (em Nova América), Kajará de Aruanã I (em Aruanã), Kajará de Aruanã II (Cocalinho), Kajará de Aruanã III (Aruanã) e a terra declarada Avá Canoeiro (entre Colinas do Sul e Minaçu).

Na média nacional, um quinto dos produtores agrícolas em terras indígenas oficialmente delimitadas não se identificavam como indígenas em 2017, segundo a pesquisa “cor ou raça dos produtores e recortes territoriais”, do IBGE. O estudo mostra que os estabelecimentos dirigidos por produtores não indígenas eram 19,34% de todos os que estão em terras indígenas. De acordo com o instituto, o Censo Agro abrange muitas informações e, depois dos dados gerais, outros “microdados são divulgados paulatinamente”.

Foto: Índios Pataxó na Aldeia Okara, no Tocantins. (Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Perfil

A pesquisa ainda mostra o perfil do produtor agrícola em Goiás, em todas as terras agricultáveis. Pela autodeclaração, 53,3% são brancos; 39% são pardos e 6,4% são pretos. Outros 0,85% (1.294) são da etnia amarela e apenas 0,11% (168) produtores se identificam como indígenas.

Gradativo

Segundo o chefe do IBGE em Goiás, Edson Vieira, outros dados detalhados do Censo Agro 2017 ainda serão divulgados. “Além disso, estamos planejando a realização de outro Censo Agropecuário, para 2025 ou 2026. Neste momento, estamos lutando para fecharmos o Censo Demográfico”, explica à Coluna.

(Crédito: Mariana Capeletti Calaça/Câmara Municipal de Goiânia)

Contraposição

A Secretaria Municipal de Finanças (Sefin) desmentiu em nota o boato de que a Câmara de Vereadores analisa proposta que pode aumentar em 10% o valor do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Os vereadores apreciam nesta terça-feira (27) projeto de autoria do município que congela o IPTU em 2023 e 2024.

Para depois

O mesmo projeto, entanto, definia aumento acima da inflação de 10% por ano a partir de 2016. Emendas propostas por vereadores na Comissão Mista limitam o acréscimo real a 5% e vão à votação em plenário.

Menos mal

A nota divulgada na noite desta segunda-feira (26) esclarece que o projeto revoga o reajuste de 45% do IPTU, previsto na legislação vigente. No texto, a prefeitura afirma ainda que entrará em análise a proposta que expande o benefício do IPTU Social para famílias com imóveis com valor venal de até R$ 140 mil.

(Crédito: SECOM/Governo de Goiás)

Busão elétrico

O aluguel de ônibus elétricos para renovar a frota de 114 veículos que operam no Eixo Anhanguera deve começar efetivamente no segundo semestre de 2023. O edital está em fase de finalização após provocação do Ministério Público e do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Resolução

Com as respostas ao TCE entregues, o Tribunal liberou a continuidade do processo para a licitação. “Provavelmente no primeiro semestre a gente já lance o edital e no segundo semestre comece a fazer a troca da frota”, respondeu o presidente da Goiás Parcerias, Diego Soares, ao Diário de Goiás.

Prazo

O próximo passo é o lançamento de edital pela Metrobus, empresa responsável pela operação dos veículos no Eixo Anhanguera, o que deve ocorrer até o mês de abril do próximo ano.

Foto: Apoiadores do presidente eleito em ato em frente ao TSE na diplomação. (Crédito: Fabio Pozzebom/Agência Brasil)

Busão petista

Goiânia é uma das cidades com maior busca de viagens para Brasília para a posse de Lula (PT), em 1º de janeiro. Segundo reportagem da Folha, a plataforma de viagens rodoviárias “Buser”, teve aumento de 10% nas reservas de deslocamento para a capital federal. Outras cidades de destaque são: Belo Horizonte (MG), São Paulo (SP), Uberlândia (MG) e Campinas (SP).

Organização

A expectativa é de que mais de 100 ônibus saiam da capital goiana para Brasília, em caravanas mobilizadas por sindicatos, estudantes, empresários, lideranças de bairros e partidos políticos. O PCO, por exemplo, organizou até hospedagem para o fim de semana com direito à festa de réveillon.

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