NICOLA PAMPLONA RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Órgãos ambientais investigam o surgimento de novas manchas de óleo em praias de Pernambuco, três anos depois do maior desastre ambiental do litoral brasileiro. Segundo o Instituto Bioma Brasil, já houve registro do surgimento de manchas em cinco municípios do estado.

Ibama (Instituto Nacional do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis), Marinha e a Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco foram acionadas e já recolheram amostras do óleo, segundo o instituto.

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), disse em uma rede social que os vestígios de óleo aparecem em menor quantidade do que em 2019, quando manchas foram vistas em praias de 11 estados, causando um prejuízo estimado pela Polícia Federal em R$ 525 milhões.
“São em menor quantidade, mas precisamos ficar em alerta”, escreveu Campos, em uma rede social”, afirmou.

A Folha ainda não conseguiu contato com os órgãos responsáveis pela investigação, mas o Instituto Bioma afirmou que foi informado que os vestígios foram encaminhados para análise no Laboratório de Compostos Orgânicos em Ecossistemas Costeiros e Marinhos da UFPE.

Também em uma rede social, o senador Jean Paul-Prates (PT-RN) afirmou que as correntes estão intensas para norte e que Paraíba e Rio Grande do Norte devem se preparar para a chegada do material nos próximos dias.

“[O óleo] tem pouca plasticidade e formato de pelotas que variam do tamanho de uma tampa de garrafa a palma da mão”, afirmou. “O material está bem fragmentado podendo atingir grande extensão de praia.”

Prates é parte de um grupo de trabalho criado para investigar as causas da aparição de óleo nas praias em 2019. As primeiras manchas de petróleo foram registradas no dia 30 de agosto daquele ano, na Paraíba.

Desde então, foram recolhidas 5,3 mil toneladas de óleo em 1.013 localidades de 11 estados brasileiros, boa parte do trabalho feita por grupos de voluntários.

A PF concluiu a apuração do acidente ambiental ainda em 2020 e indicou o navio NM Bouboulina, de bandeira grega, como responsável pelo vazamento. A empresa Delta Tankers, proprietária do navio, afirmou que uma inspeção feita na embarcação não encontrou provas do vazamento.

Depois desse episódio, o óleo continuou aparecendo nas praias do nordeste brasileiro em episódios esporádicos. Em junho de 2020, fragmentos de óleo foram encontrados em praias de Pernambuco e Alagoas. Em agosto de 2021, apareceram em Fernando de Noronha.