Um grupo de estudantes criou um mapa virtual para denunciar os locais de Buenos Aires onde as mulheres são vítimas de assédio sexual.
Segundo a BBC Brasil, o mapa, intitulado ‘Hablame bien’ (‘Fale direito’, em tradução livre), registrou 700 denúncias nos dez dias desde que foi criado. A ideia surgiu depois que o grupo, composto por seis estudantes, recebeu dos professores o desafio de criar um projeto que “estivesse em sintonia com os debates atuais no país”.
Eles recebem as denúncias das vítimas por meio de mensagens que são selecionadas e publicadas no Twitter e no site Hablame Bien. Em seguida, marcam no mapa o local aproximado dos incidentes. Na rede social de microblog’s, o grupo alerta as seguidoras para que “tenham cuidado” em certos locais, citando mensagens enviadas pelas vítimas da agressão verbal.
No início deste mês, uma multidão estimada em 150 mil pessoas realizou uma manifestação em frente ao Congresso Nacional contra o feminicídio. A marcha #NiUnaMenos (Nenhuma a menos) reuniu vítimas da violência masculina e familiares, além de defensores da causa.
O projeto se assemelha ao brasileiro “Chega de Fiu Fiu”, do site Think Olga, que também mapeia cantadas e violência contra mulheres em locais públicos.
Diego Rubio, diretor do curso digital da escola Underground Argentina, onde o grupo estuda, diz que a proposta era que os alunos “usassem as ferramentas disponíveis para construir algo que fosse além da sala de aula”.
Segundo a imprensa local, existem três projetos de lei na Argentina que preveem multas de até mil pesos (R$ 340) para os autores de cantadas agressivas ou assédio sexual.
Neste ano, o Congresso do Peru aprovou uma lei para prevenir e punir “os ‘piropos’ e o assédio sexual nos espaços públicos” que “afetem a dignidade, a liberdade e o livre trânsito e integridade física e moral de crianças, adolescentes e mulheres”.
Segundo a imprensa peruana, cada região deverá definir quais sanções devem ser aplicadas aos infratores.
Da BBC Brasil