Goiás enfrenta o pico da segunda onda da pandemia de Covid-19 registrando recordes de novos casos e um aumento no número de óbitos no Estado. Nas últimas 24 horas, foram 5.409 novos casos e 66 mortes. O reflexo deste crescimento pode ser visto nos cemitérios goianos. Em entrevista à Sagres 730, o secretário municipal de Desenvolvimento Humano e Social de Goiânia, José Antônio da Silva Netto, contou que apenas no mês de março 1.419 sepultamentos foram realizados em Goiânia.
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“Para que tenham a dimensão do aumento no número de óbitos, nesse mesmo período, nesse mesmo mês de 2020, tinham sido 354 e, de 2019, 335 […] Veja bem, se nos últimos anos, no mesmo período, se tinha uma média de 340 sepultamentos e neste exato momento, nós estamos tendo um número de 1.419, é um número considerável. Nós estamos falando de quase três [quatro] vezes o número de óbitos proporcionalmente, então de fato, tem sido um momento extremamente desafiador”.
Com 1.419 sepultamentos em 24 dias, Goiânia tem média de 59 enterros diários. Com quatro cemitérios públicos recebendo as vítimas (Parque, Vale da Paz, e Jardim da Saudade) foi preciso reforçar a equipe, além da utilização de uma escavadeira. “Para otimizar o trabalho dos nossos colaboradores, utilizando-se de máquinas a gente consegue agilizar, uma vez que nós temos tido sepultamentos de 30 em 30 minutos”.
O secretário explicou que a Anvisa recomenda caixão fechado, ausência de velório e sepultamento imediato para pessoas que morreram com a Covid-19. Por isso, todos os colaboradores trabalham com equipamentos de segurança e sob protocolos com medidas sanitárias para evitar o contágio, além de um intervalo de 30 minutos entre cada enterro. “Todas as nossas unidades estão contando com os seus EPIs, tanto os macacões de proteção, como luvas, como as máscaras”.
Auxílio para o sepultamento
Ao ter a confirmação do óbito da vítima, o responsável deve se dirigir à central de óbitos na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano para receber orientação quanto ao sepultamento. José Antônio afirma que até o momento todas as famílias que procuraram a pasta foram atendidas. “Nós estamos atendendo um membro da família por vez, cumprindo todas as medidas para prevenir tanto os familiares como também os nossos colaboradores de uma possível contaminação”.
Para pessoas em situação de vulnerabilidade social é necessário levar documentos pessoais, além de um comprovante de renda ou do recebimento de algum auxílio. “Se confirmar a vulnerabilidade social da família, ela conta, inclusive, com nosso auxílio funerário, com a disponibilidade de urnas para o sepultamento”. O secretário contou ainda que o auxílio, após a confirmação, é imediato.