A cidade assiste a uma briga interessante e o fato é mais interessante ainda. De um lado, o governador Marconi Perillo se esforça para perder a eleição de 2014. Diz que não quer nem concorrer. De outro, a oposição se recusa a ganhar, tanto que até agora não sabe nem com que nome vai competir.

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Marconi acha que seu advogado pode faturar 50 mil reais por mês do Hospital de Urgências, fazer o varejão da Assembleia e ainda se envolver em falcatruas na Universidade Estadual.

Que seu palácio pode ter mais militares do que as ruas da Capital.

Que suas forças de segurança podem ser divididas em meia dúzia de cargos de primeiro escalão, que é para ninguém saber quem manda em quem e ninguém obedecer.

Que sua Polícia Técnico-Científica pode ficar abandonada, com laboratório arcaico, equipamentos obsoletos, IMLs caindo aos pedaços, sem nem material de necrotério.

Enfim, Marconi acha que está tudo bem na segurança pública.

A oposição não acha nada. Gasta o tempo esperando surgir o escândalo definitivo, para acabar com a carreira de Marconi.

Supôs que com a CPI do Cachoeira o governador estaria morto e enterrado de cabeça para baixo. O homem escapou.

Depois, achou que capitalizaria o movimento “Fora, Marconi”. O homem está dentro.

Por fim, a oposição confiou nas manifestações, só que os protestos sobraram para todos os partidos, todos os governos, todos os políticos.

Mas a oposição não desiste de esperar. Em vez de elaborar propostas, apresentar alternativas, escrever um plano de governo, a oposição prefere crer que haverá um escândalo para aniquilar Marconi. É desconhecer a história. A compra de apoios para aprovar a reeleição foi um escândalo e Fernando Henrique escapou a tal ponto que foi reeleito. A compra de apoios no mensalão foi um escândalo e Lula escapou a tal ponto que foi reeleito.

Em política, o que não mata, engorda. E fundo de poço tem elevador. Vale para todos, mais ainda para quem quer ganhar eleição.