“Não tenho dúvida de que a votação expressiva dada à minha campanha sinaliza uma coisa nova para o Brasil”, definiu a ex-candidata do PV à presidência da República, senadora Marina Silva, nesta quarta-feira (27), em entrevista à RÁDIO 730.

Terceira colocada na disputa, com 19,3% dos votos, ela optou pela posição de “independência” no 2º turno e disse acreditar que o projeto exitoso do PV na primeira etapa da eleição sinaliza para quebra da polarização entre PT-PSDB.

Entrevistada por Altair Tavares, Marcelo Heleno e Eduardo Horácio, a senadora voltou a criticar o que definiu como “vale tudo eleitoral”. “Ao invés de discutirem segurança, pública, saneamento, educação, infra-estrutura, focam a campanha nos ataques pessoais”, disparou.

“Mesmo sem tempo de televisão, sem alianças, e as pesquisas puxando para baixo o tempo todo, as pessoas votaram. Esse é um legado importante que vai ficar. Das pessoas que querem ética na política, respeito, mesmo quando se é de partidos diferentes”, crê.

Melhor para o país

Marina optou também por não declarar abertamente o candidato para a eleição presidencial no 2º turno. “Vou usufruir do direito democrático do voto secreto”, adiantou. No entanto, a ex-candidata sinalizou: “Vou votar comprometida com o país, pode ter certeza, no que acho que é melhor para o Brasil”.

Ela define a posição tomada pelo PV – de não manifestar oficialmente apoio à nenhum presidenciável, – como “independente” e não neutra. “Nós apresentamos pontos prioritários nossos para os candidatos. Isso não neutralidade, é independência. Na neutralidade você não participa, se ausenta”, definiu.

Marina ainda destacou que a decisão do eleitor não passa apenas por apoios. “Não gosto dessa coisa de tratar o eleitor como criança, dizendo vote para cá ou acolá. O candidato tem que convencer e estão querendo terceirizar até esse convencimento”, criticou.

Voto revelado

No entanto, mesmo fazendo mistério em relação ao presidenciável de sua preferência, Marina revelou um voto. No Acre, colégio eleitoral da senadora, os eleitores também optarão, por meio de plebiscito, pelo fuso-horário do Estado.

“Vou votar para manter nosso fuso-horário antigo. Na nossa realidade é muito difícil a mudança que tivemos”, declarou ela.