A Rádio 730 deu sequência a segunda rodada de entrevistas com candidatos ao governo de Goiás nesta quinta-feira (18), sabatinando a representante do Partido Comunista Brasileiro (PCB), Marta Jane. Ela falou do objetivo de sua candidatura, de problemas chaves do Estado, e ainda, criticou a falta de espaço da esquerda em parte da mídia goiana.

De acordo com Marta Jane, a candidatura dela tem atingido o objetivo traçado, que é provocar o debate da grande política, que vai além dos pleitos eleitorais, que ela qualifica como política pequena. A comunista cita a falta de espaço em parte da mídia estadual como entrave para resultados ainda melhores. “Existe toda uma blindagem dos meios de comunicação que servem e reproduzem esta ordem como única possível”, afirma.

Ouça a entrevista completa de Marta Jane: {mp3}stories/2014/setembro/marta_jane_18-09{/mp3}

Para Marta Jane até a legislação eleitoral visa favorecer os grupos capitalistas que ocupam o poder no país. A candidata usa como exemplo a proposta para redução no tempo de televisão, durante a propaganda eleitoral, para os partidos que não possuem representação na Câmara Federal.

Nesta quarta-feira (17), Marta Jane realizou um evento em conjunto com o candidato Wesley Garcia (PSOL). As duas candidaturas de esquerda protestaram contra a falta de espaço em parte da mídia estadual. De acordo com Marta, os partidos envolvidos têm várias bandeiras em comuns, por isto atuaram de forma conjunta.

Administração tucana

Várias ações do governo Marconi Perillo (PSDB) são criticadas por Marta Jane. Uma delas é a política de incentivos fiscais para atrair empresas ao Estado. Segundo a candidata, em 2008, Goiás isentou R$ 6 bilhões para grupos que geraram pouco mais de 18 mil empregos. “Esta medida só interessa para quem vai lucrar e para quem vai se beneficiar depois com o financiamento de suas campanhas no processo eleitoral”, enfatiza.

A opção do governo de ceder a administração de hospitais estaduais para Organizações Sociais também é alvo de crítica de Marta Jane. Segundo ela, o número de atendimentos diminuiu, e a relação entre o Estado e as instituições não é clara.

Agronegócio

Marta Jane defende uma ampla e total reforma agrária no Estado. Segundo ela, as pequenas propriedades geram 75% dos empregos no campo em Goiás, enquanto o agronegócio, mesmo com muito investimento, incentivo e maior espaço de terras, é responsável por apenas 25% dos postos de trabalho.

Outra bandeira de Marta Jane é a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado para a educação. A candidata também crítica a gestão da educação no Estado, e afirma que os números do IDEB, que apontam Goiás como o primeiro lugar no País, não condizem com a realidade goiana.