Chuvas até agora não foram suficientes para combater focos de incêndio e mantém reservatórios abaixo da média (Foto: Cleia Medeiros)
O final do mês de setembro ficou marcado em Goiânia pela interrupção de um período de estiagem de mais quatro meses. Mas ao contrário das expectativas para outubro, as chuvas não se intensificaram. De acordo com a chefe do Instituto Nacional de Meteorologia em Goiás, Elizabeth Alves, há alguns fatores como os bloqueios atmosféricos e a convergência de umidade causaram irregularidades no período.
“Os bloqueios atmosféricos, que é a atuação das massas de ar seco sobre o continente, que ainda inibe a chegada das frentes frias que vem pela região sul do Brasil e também a convergência de umidade que desce do norte, da região Amazônica, então isso contribuí para as nossas chuvas”, explicou. “Quando está esse bloqueio, essa intensa circulação anticiclônica em nível médio, em nível mais alto da atmosfera, temos na superfície o fenômeno da massa de ar seco, às vezes até ocorre alguma chuva, mas são chuvas pontuais, não são generalizadas e as temperaturas ficam mais elevadas”.
A responsável pelo Inmet ainda revelou que para os próximos dias, ainda não há uma previsão de uma intensificação do período chuvoso. “Não há uma previsão de mudança para o mês de novembro, até dia 17 e 18 vai continuar com essas de pancadas isoladas e depois vai começar a ter um pouco mais de chuva, mesmo na tendência da climatologia, o prognóstico vamos dizer assim, para o mês de novembro, o mês de dezembro, é que fique abaixo da média e as chuvas. Então a gente vai fechar o ano, o início desse período chuvoso, com irregularidade das chuvas e abaixo da média”
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A falta de chuvas mais regulares têm afetado, inclusive, no combate aos focos de incêndio e mantido os reservatórios abaixo da média. Conforme revela o gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas da Secretária de Meio ambiente de Desenvolvimento Sustentável, André Amorin. “As questões das queimadas ainda persistem, mas não na mesma proporção que vinha ocorrendo, mas ainda persiste porque o período chuvoso ainda não se estabeleceu definitivamente”, afirmou. “Outra situação é a questão que observamos que é os mananciais no Estado de Goiás, alguns estão carentes dessa chuva para obter essa regularização”.
O índice de captação de água nesta terça-feira, às 7h, era de apenas 2.887 litros por segundos. E as previsões de aumento do volume de chuvas em Goiânia para este final de ano são de 220 milímetros em novembro e em dezembro para 260 milímetros.
*Reportagem de Rafael Bessa