Diferentemente dos rivais Goiás e Vila Nova que liberaram seus atletas por tempo indeterminado, o Atlético Goianiense optou por antecipar as férias de seu elenco e comissão técnica por 15 dias. A medida foi adotada porque o Campeonato Goiano está paralisado por conta da pandemia do coronavírus e ainda não tem data para ser retomado.

Em entrevista à Sagres 730 nesta sexta-feira (20) o meia Matheus, principal nome do Dragão neste estadual, lamentou a suspensão das atividades.

“É uma medida muito justa porque o país e o mundo todo estão vivendo uma situação muito complicada. Claro que a gente não gostaria de estar passando por isso, foram só dois dias sem treinamentos e nós já estamos cheio de saudades de jogar bola, mas eu vejo que foi uma decisão certa porque a saúde tem que vir em primeiro lugar. Espero que isso passe rápido para que a gente possa voltar a fazer o que gostamos”, disse.

Matheus (Foto: Victor Garcia/ACG)

Mesmo com a interrupção dos treinamentos e das partidas, e das consequências que essas medidas trazem, o jogador acredita que a paralisação do campeonato estadual era necessária para combater a proliferação do coronavírus.

“É complicado porque tenho amigos que foram dispensados, atletas que só tinham contrato até o final do estadual e tiveram seu vínculo rescindido com essa paralisação porque não sabe quanto tempo vai demorar. Por esse lado é triste porque muitos são pais de família, precisam disso e não terá essa renda. A gente fica chateado, mas á para um bem geral, não tem como colocar a saúde em risco e, por esse lado, foi a melhor medida a ser tomada sim”, analisou.

Matheus se compadeceu com a situação de alguns colegas de profissão e completou. “Ninguém esperava que isso fosse acontecer e isso me deixa muito triste e chateado. Não concordo com as dispensas, mas se falando da paralisação foi o correto porque a saúde tem que vir em primeiro lugar”.

Com o decreto divulgado pelo Governo, poucos estabelecimentos podem abrir neste período de quarentena. Com isso shoppings, cinemas, teatros, academias, bares e restaurantes não podem funcionar com atividades presenciais. As limitações dificultam também a vida dos jogadores que terão de ‘improvisar’ para manterem a forma. Pensando nisso o departamento físico do Atlético instruir os atletas com alguns exercícios que podem ser feitos em casa.

“É um rotina totalmente diferente. Quando que eu iria imaginar que faria exercícios levantando um sofá, fazendo exercício com saco de arroz? Então nós temos que manter o preparo físico de alguma forma, já que as academias estão fechadas, inclusive aqui do prédio. Mas nós não podemos ficar parados, procuramos alguns improvisos para mantermos também uma boa forma. Diferente de outras profissões, atleta depende muito do corpo, então procuramos não perder muito para quando voltar, a gente estar bem”, explicou o meia.

Apesar do retorno ao CT do Dragão estar marcado para daqui 15 dias, Matheus não vê possibilidade da retomada do campeonato estadual. Assim como alguns dirigentes, ele acredita que o Goianão 2020 não terá continuidade.

“Na minha opinião não teremos mais o Campeonato Goiano porque logo começa o Brasileiro, tem a Copa do Brasil e ficarão muitos jogos para pouco calendário. Não sei que medida será tomada, se terá ou não um campeão, mas minha preocupação hoje não é nem levantar esse título, mas sim sair dessa situação. Claro que ficaríamos felizes porque o Atlético fez uma grande campanha, mas humildemente falando como ser humano, não penso muito nessa questão. Penso mais que as pessoas que perderam o emprego possam encontrar um emprego logo”, destacou.

O Campeonato Goiano foi paralisado após dez rodadas, faltando duas para o encerramento da primeira fase. A liderança no momento é do Atlético que ganhou 23 dos 30 pontos conquistados. Foram sete vitórias, dois empates e uma derrota, com a equipe rubro-negra ganhando também nos quesitos melhor ataque e melhor defesa da competição.

Sendo assim, Matheus acredita que seria justo o título ir novamente parar no Estádio Antônio Accioly, mesmo admitindo que não teria o mesmo ‘gostinho’ de um troféu conquistado ao final do torneio. Para ele a paralisação vem em um contexto difícil para toda a sociedade.

“Por mim sim. Eu ficaria feliz por ser campeão, mas humildemente falando não é um título que eu vou comemorar muito porque vai ficar marcado para mim como um momento que o mundo passou dificuldade. Muitas pessoas perderam o emprego, não só no futebol, muitos amigos passando necessidade, em termos de saúde muitas pessoas precisando de remédio, de cura. Mas eu creio que o Atlético teria que ser o campeão sim porque não vai ter calendário, não vai ter tempo. Então o foco não seria esse título, mas parar esse vírus pra gente voltar a jogar e ser feliz”, afirmou o atleta.

Ouça na íntegra a entrevista do meia Matheus à Sagres 730:

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