A possibilidade de organizações sociais assumirem a administração de unidade de saúde em Goiás foi discutida em Audiência Pública na Assembleia Legislativa.
Debateu-se o modelo de gestão apresentado pelo governo estadual que permite a transferência dos serviços de saúde pública para organizações, dando assim autonomia gerencial na administração de unidades de saúde.
Caso se efetive essa transferência, o Deputado Mauro Rubem (PT) tem dúvidas quanto ao acesso do cidadão ao serviço de saúde.
“Estamos na verdade trazendo para dentro do poder público a lógica empresarial que provocou tantos males para a sociedade. Precisamos mostrar que isso é um grande erro, e é na verdade um interesse comercial e lance político muito forte”.
O Superintendente de Atendimento das unidades assistenciais da Secretaria Estadual de Saúde, Carlos Luz, relata que serão assegurados os serviços de saúde ao cidadão.
“Teremos condições de dar um atendimento muito maior e melhor nas unidades de saúde. Serão atendidas as pessoas que precisam ser atendidas. Não vamos mudar nenhuma filosofia do SUS, e sim fortalecê-la”, garante.
Outro ponto polêmico foram as licitações. Carlos Luz argumenta que o repasse das unidades para organizações sociais servirá para agilizar os processos licitatórios.
“A nossa licitação, para ser viabilizada, gasta seguramente dez vezes mais tempo que uma organização social, então a agilidade na compra de qualquer item, embora vigiado, é muito mais rápida que as licitações que nós fazemos”, compara.
A Presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de Goiás, Maria de Fátima discorda da argumentação feita por Carlos Luz em relação às licitações.
Ela afirmou que esse gerenciamento é alegação do governo devido à dificuldade em licitar. Segundo ela, não justifica fazer com que essa gestão passe para as organizações sociais.