Médicos de todo o país planejam para o próximo dia sete uma paralisação em protesto contra reajustes que têm sido praticados pelos planos de saúde em honorários, e que na avaliação deles estão muito abaixo da inflação nos últimos dez anos. A estimativa é que 160 mil médicos brasileiros participem da paralisação.

O movimento pretende ainda exigir da Agência Nacional da Saúde (ANS) a regularização de contratos, que segundo a categoria faltam critérios de reajustes.  Somente em Goiás, os planos de saúde no Estado atendem cerca de 850 mil usuários. O vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, Aloísio Tibiriçá Miranda, assegura que o atendimento de emergência não será prejudicado.

”Nós esperamos que com isso a gente, no dia seguinte, já vamos convocar as operadores para iniciar uma ampla negociação no Brasil, para que haja um reajuste, porque os números que nós temos são realmente alarmantes”, reforçou Aloísio. Segundo ele, as operadoras de planos de saúde tiveram aumento de 130% nos últimos anos, enquanto o reajuste dos honorários médicos não passou de 40%.

Paralisação visa evitar greve

O vice-presidente do Conselho Federal de Medicina ressaltou que a paralisação será para evitar que aconteça uma greve por tempo mais prolongado.  “A nossa proposta é iniciar as negociações dia sete, e avisando que daqui a dois ou três meses a coisa poderá ser de vulto maior, de que a gente não quer mais que essa situação se perdure, para o bem de todo mundo, dos pacientes, das operadoras e dos médicos”, avaliou.

Aloísio Tibiriçá reiterou que a ação visa também melhorar as condições para os pacientes. “O usuário tem que ficar tranquilo, porque o médico está lutando para o bom atendimento dele. Que seja um atendimento pleno em todo o Brasil, baseada em uma justa remuneração, porque quem vai ter que queimar um pouco de gordura para isso, é o próprio plano de saúde, que nós consideramos que tem condição sim de hoje negociar com os médicos, e pagar um justo valor pelas consultas e procedimentos”, disse.

Com exceção da Unimed, que manterá o atendimento normal no próximo dia 7, os profissionais dos demais planos paralisarão as atividades.