Sagres em OFF
Rubens Salomão

Meirelles nega ter sido convidado, mas já apresenta propostas para ‘baixar os juros’

O ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, negou ontem que tenha recebido convite formal para assumir o cargo de Ministro da Economia a partir do ano que vem, na gestão do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A negativa ocorreu durante participação de evento privado, na corretora Necton Investimentos, em que o anapolino se limitou a dizer que “não procede” a informação sobre o chamado e que “esta conversa ainda não aconteceu”.

Apesar disso, Meirelles usou o Twitter para apresentar propostas e metas econômicas para o país a partir de 2023. Segundo ele, “um dos desafios do novo governo será criar as condições para que o Banco Central possa baixar os juros”. Ao apontar as formas de fazer isso, o ex-ministro aponta: “no momento em que houver uma política econômica com responsabilidade fiscal e direcionamento claro, estarão criadas as condições para que a taxa básica de juros caia”.

“Foi assim em 2003, quando assumi o Banco Central no primeiro mandato do presidente Lula. O juro real nos títulos do tesouro estava a 14%.  A inflação chegou em 12 meses a 17% em maio daquele ano, e a insegurança era total. A confiança veio com medidas assertivas e sinalização da responsabilidade fiscal. (…) Juros altos são consequência de problemas anteriores na economia. Para fazer os juros caírem de forma sustentável, é necessário atuar na cadeia das causas: a falta de credibilidade da política fiscal , a desvalorização da moeda, a inflação alta”, explica.

Exigências

Uma das supostas exigências de Meirelles para assumir o cargo era poder indicar os nomes dos futuros presidentes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. No entanto, Lula já teria prometido o comando dos bancos ao próprio PT e agora precisa contornar o impasse.

Lista

Meirelles foi um dos economistas de centro ou liberais que apoiaram a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva na disputa contra o presidente Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral.

Autorizado

Vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), conversou ontem com o presidente Jair Bolsonaro (PL): “Foi positivo. O presidente convidou, nós estávamos saindo já. Reiterou o que disse o ministro Ciro Nogueira e o general Ramos. Para que se tenha transição tranquila, da disposição do governo de prestar todas as informações, colaborações, pautadas pelo interesse público”, afirmou o ex-tucano.

Participação direta

Alckmin ainda antecipou que o presidente eleito participará da transição de governo a partir da segunda-feira (7). Lula tirou dias de descanso e volta no domingo (06), quando iniciará a definição dos nomes da equipe. Podem ser até 50 cargos.

Sempre base

O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, estabeleceu a lista de condições para que o partido passe a compor a base do novo governo, depois de apoiar Bolsonaro ao longo do atual mandato. O partido quer “sentir governando”.

Reciprocidade

Kassab pede apoio federal às principais gestões do partido: governo de São Paulo, onde o PSD é o principal partido da futura base, ao lado do Republicanos; além do governo do Paraná e da Prefeitura do Rio de Janeiro. Além disso, o PSD quer apoio do Planalto para a recondução de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) à presidência do Senado.

Avalie

A fatura será apresentada na próxima semana à presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, em conversa pedida por ela.

Mudança

O secretário de Estado da Administração de Goiás, Bruno D’Abadia, anunciou que deixará a pasta nesta sexta-feira (4). Ele justificou que retornará ao seu cargo de servidor efetivo na Câmara dos Deputados, em Brasília.

Avisado

A saída foi combinada previamente com o governador Ronaldo Caiado (UB). Segundo o governo, a decisão se dá por critérios pessoais e coincide com o tempo dado pela Câmara para que exercesse a função em Goiás. O prazo termina em dezembro.

Por enquanto

Com a decisão, assume de forma interina o atual subsecretário de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas, Alexandre Demartini Rodrigues.

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