A revolta foi gigante, as críticas vieram de todos os lados e pelo discurso, parecia que o empate sem gols com o Joinville teria sido o último ato de Martelotte no comando do Atlético. Mas a reviravolta veio no mesmo ritmo intenso e na manhã desta segunda-feira, a diretoria rubro-negra deu um voto de confiança e manteve o treinador do Dragão, pelo menos até essa terça-feira, quando o Dragão encara o ABC/RN às 19h30, no Serra Dourada, pela Série B.

A falta de vontade da equipe no jogo da noite de sábado foi o que mais revoltou a torcida e até mesmo dirigentes, que “pediram a cabeça” de Martelotte. O vice-presidente Jovair Arantes, por exemplo, chegou a destacar após a partida que se o treinador não saísse do clube, ele é quem sairia, deixando o cargo. Só que na manhã desta segunda-feira, Adson Batista concedeu entrevista coletiva, dando tranquilidade ao comandante e explicando atitude de Jovair.

“É a confiança que temos no trabalho dele, sabemos que ele tem valor, é um cara correto e íntegro. Jamais foi intenção do Jovair em desrespeita-lo, ele falou no calor da partida, o Jovair é uma pessoa de fino trato, é uma pessoa maior no clube e isso é problema do passado, vamos superar isso. Não vamos aturar jogador inverter papeis, às vezes tentando confrontar dirigente, aqui tem hierarquia. Entendemos que o Martelotte tem condição de dar continuidade ao trabalho e esperamos que amanhã inicie uma nova vida”

Desde que chegou ao clube, Martelotte já comandou o Atlético em 27 jogos, onde conquistou 10 vitórias, sete derrotas e acumulou 10 empates, com pouco mais de 49,3% de aproveitamento dos pontos conquistados. Nestes jogos, a equipe rubro-negra marcou 36 gols e sofreu 28, sendo que 12 deles foram nos últimos sete jogos, que mostra uma fase ruim da equipe.

Esses números são bem inferiores de outros treinadores que dirigiram o Atlético nos últimos anos, como por exemplo Adílson Batista, em 2012, quando foi demitido com 63% de aproveitamento, ou Waldemar Lemos, no ano passado, que deixou a equipe após 69% dos pontos conquistados. Adson Batista não entende que isso representa uma mudança de filosofia e sim de conhece e aposta no trabalho do atual comandante. Mas, vencer é determinante nesse momento.

“Eu acho que não é mudança de política, é conhecer o profissional no dia a dia. Quando você convive no dia a dia com as pessoas, você conhece os métodos de trabalho, a forma de conduzir e isso de política não existe, você muda quando tem convicção que aquilo não vai dar certo. Agora, eu digo com toda sinceridade: se não tivermos resultados, se a gente não conseguir dar uma guinada, essa conversa minha é ilusória. Nós precisamos de resultados, o futebol é assim”