(Foto: Clima Tempo/Reprodução)

Desde domingo (18), o goianiense olha para o céu acinzentado e cheio de nuvens e vive a expectativa de pancadas de chuvas na capital. Apesar da nebulosidade, não há previsão de chuvas para o estado neste mês de agosto e segue o alerta para o aumento de temperaturas, queda nos índices de umidade do ar (variando de 12% a 20%) e aumento no risco de racionamento de água na região metropolitana.

Em entrevista à Sagres, nesta quarta-feira (21), a chefe do Instituto Nacional de Metereologia (InMet), Elizabeth Alves, explicou que a nebulosidade presente não significa sinais de chuva para os próximos dias e deve permanecer até o final da semana com o início do aumento das temperaturas.

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“Em termos de umidade, a gente precisa ter umidade na atmosfera para ocorrência das chuvas. Esse canal de umidade está, mais ou menos, 3Km da superfície e ela não está tão acentuada, não está tão concentrada assim para que haja a formação de nuvens mais baixas ou nuvens de chuva”, explicou.

Sem previsão de chuvas para os próximos dez dias, as primeiras pancadas só devem ocorrer no mês de setembro. A estimativa é de cinco pancadas, no total de 45mm, ao longo dos 30 dias. No entanto, os estudos preliminares apontam para precipitações abaixo destes índices.

“Algumas regiões do estado ficam abaixo dessa média. Quase todo o estado de Goiás está na condição de não atingir o esperado. As chuvas neste período inicial são de pancadas, em um período muito curto, em 2 ou 3 horas e o solo não consegue absorver”, alertou.

Com chuvas abaixo do esperado, o goianiense já deve se preocupar em racionar água. Em julho deste ano, a Bacia do Rio Meia Ponte, que abastece Goiânia e Região Metropolitana, atingiu o Nível Crítico 1.

A Saneago já concluiu um Plano Emergencial que foi encaminhado ao Comitê da Bacia do Rio Meia Ponte, a Agência Goiana de Regulação (AGR) e a Secretaria de Meio Ambiente de Goiás.

“É bom ter essa consciência de economia de água ou o não desperdício dessa água, porque a gente está caminhando para o período seco e o nosso retorno das chuvas está com a tendência de ser irregular, ou seja, aquela que normalmente não contribui rápido para a infestação de água no solo”, avisou.

Segundo dados da Saneago, desta quarta-feira, às 7h, a vazão do rio Meia Ponte era de 3168 L por segundo. Este índice já representa nível 2, com vazão mínima. 

Uma das principais causas desta seca mais forte é o fenômeno “El Niño”, que é o aquecimento acima do normal da porção central e leste do oceano Pacífico Equatorial, na altura da costa do Peru e dificulta a entrada do ar frio de origem polar sobre o interior do Brasil. Por isso, durante o inverno 2019, quase todas as ondas de frio foram e serão desviadas para o oceano.

Queimadas

Outro fator que influencia na formação da nebulosidade é a suspensão de partículas de fumaça é a queimada. O número de queimadas em Goiás em 2019 aumentou em 32% em relação ao mesmo período de 2018, segundo informações do major Eberson Holanda, subcomandante da Operação Cerrado Vivo. Em entrevista à Sagres 730, nesta quarta-feira (21), ele afirmou que o Estado está sob o que denominam de Efeito 30/30/30: ventos de velocidade média de 30 km/hora; umidade relativa do ar abaixo de 30% e temperatura média oscilando em cerca de 30º.