Além de ser acusado de causar lesões corporais em pelo menos 15 pacientes em Manaus, sendo que foi indiciado por seis delas, o médico Carlos Jorge Cury Mansilla, de 56 anos, é suspeito da morte de duas pacientes. O governo federal invalidou a inscrição do profissional no Programa Mais Médicos, depois de consultar o Conselho Federal de Medicina.
A denúncia foi encaminhada ao Ministério Público Federal (MPF) e tramita em sigilo. Mulheres, que alegam terem sido lesadas por Cury, entraram uma representação coletiva no MPF no último mês de fevereiro. No documento, Laureci Fuzari e Maria Alteniza de Lima Salles são apontadas como vítimas fatais de erros do médico.
De acordo com a filha de Maria Alteniza, Magali Salles, a mãe fez com o médico uma cirurgia no abdômen para diminuir a obesidade em 2010. Cury teria sugerido que a mulher fizesse também uma cirurgia bariátrica e outra na vesícula. Ela conta que um dia após a intervenção, a mãe começou a passar mal e faleceu uma semana depois.
Outra vítima do médico foi a artista plástica Emília Alencar, de 42 anos. Ela diz que ficou com problemas nos seios e na bacia depois que fez cirúrgicas plásticas. “Ele estragou a minha vida para sempre,” diz revoltada.
O médico foi selecionado para trabalhar na cidade de Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, mas antes mesmo da intervenção do Ministério da Saúde, o secretário de Saúde do município já havia afirmado que o profissional não atenderia no município.