Foto: Alejandro Zambrana / MS

 

O Ministério da Saúde informou nesta segunda-feira (27), que o caso de um paciente internado no Hospital Icaraí, em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro, com suspeita de contaminação por coronavírus, não se enquadra na atual definição da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o NCOV-2019 (o novo coronavírus).

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, o paciente, no entanto, continuará sendo acompanhado. “Seguirá, portanto, o fluxo de procedimentos para influenza e, desta forma, estabelecer seu diagnóstico apropriado”, diz a nota.

A Fundação Municipal de Saúde, da prefeitura de Niterói, informou que monitorava o homem com a suspeita de contaminação e que, de acordo com os protocolos, todas as medidas necessárias foram tomadas pelo município. “No momento, o paciente está estável”, informa a fundação.

Navio no Porto de Santos

Em comunicado publicado no domingo (26), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que “não há quaisquer elementos que justifiquem preocupações” em relação ao navio KM Singapore, atracado no Porto de Santos. De acordo com a agência, informações que vem sendo divulgadas em redes sociais relacionado o navio com o coronavírus são “especulações”.

“O navio não é procedente da China e fez suas últimas escalas em portos da África do Sul, Índia e Singapura. Não há qualquer tripulante doente, conforme atestaram a fiscalização da Anvisa que esteve a bordo e o próprio comandante da embarcação. O relatado uso de máscaras e luvas pelos tripulantes chineses deve-se às condições de trabalho exigidas, já que se trata de um navio que transporta grãos”, informou o posto portuário da Anvisa em Santos.

Novo coronavírus

Em seu relatório sobre a situação do coronavírus divulgado nesta segunda-feira (27), a OMS mudou a avaliação de risco internacional do vírus de “moderado” para “elevado”. A Organização esclareceu que foi uma correção e que antes houve um “errro de formulação”. O coronavírus é um agente que causa infecções respiratórias em seres humanos e em animais. Os sintomas são semelhantes ao de um resfriado comum, como febre, tosse e dificuldade para respirar. Segundo o Ministério da Saúde, os coronavírus são uma grande família viral e são conhecidos desde meados de 1960.

De acordo com informações do MS, a OMS ainda investiga como o vírus é transmitido, mas já se sabe que a disseminação dessa família viral costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como espirro, tosse, conta pessoal próximo (aperto de mão) e contato com objetos contaminados, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Diagnóstico e prevenção

Para saber se uma pessoa que esteve em contato com o vírus está contaminada, são recolhidos materias respiratórios, por aspiração de vias aéreas ou indução de escarro. O Ministério da Saúde esclarece que é necessária a coleta de duas amostras na suspeita do coronavírus. O órgão informa que as amostras são encaminhadas para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), sendo uma enviada posteriormente para o Centro Nacional de Influenza (NIC) e outra para análise de metagenômica.

A orientação do Ministério da Saúde é que a ajuda médica seja procurada nos primeiros sintomas para confirmar o diagnóstico. O órgão federal diz que não existe um tratamento específico para infecções causadas por coronavírus humano. Por isso, no caso do novo coronavírus é indicado repouso e consumo de bastante água. Confira a lista de cuidados básicos do MS para reduzir o risco de contrair ou transmitir as infecções respiratórias:

evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas;realizar lavagem frequente das mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente;utilizar lenço descartável para higiene nasal;cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;higienizar as mãos após tossir ou espirrar;não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;manter os ambientes bem ventilados;evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença;evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.

Alerta aos Estados

Na última sexta-feira (24), o Ministério da Saúde realizou videoconferência com as Secretarias Estaduais de Saúde de todo o país e atualizou a situação sobre os casos que surgiram na China. A reunião foi realizada por meio do Comitê de Operações de Emergência (COE) com objetivo de reforçar as diretrizes brasileiras para vigilância dos casos. Foram abordadas as ações que estão sendo preparadas para os portos, aeroportos e áreas de fronteiras, como a elaboração de áudios em inglês e mandarim, que vão orientar os pacientes que apresentarem os sintomas a procurarem unidades de saúde

Também na semana passada, os aeroportos brasileiros começaram a divulgar um alerta da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre o coronavírus. Em uma mensagem de áudio, a Anvisa orienta os passageiros que chegaram da China e estão com sintomas como febre e tosse a procurar uma unidade de saúde, além de orientações para evitar a transmissão de doenças.

Rede de saúde no Brasil

Para combater o vírus, caso se confirme alguma suspeita no Basil, o Ministério da Saúde instalou o Centro de Operações de Emergência (COE) – novo coronavírus. É um comitê para preparar a rede pública de saúde no país, mas o órgão frisa que, até o momento, não há nenhum caso no Brasil. O MS ainda informou que está monitorando a situação da China diariamente junto à Organização Mundial da Saúde, desde as primeiras notificações de casos em Wuhan, em dezembro de 2019.

*Com informações da Agência Brasil e do Ministério da Saúde