João Teixeira de Faria, o João de Deus (Foto: Cesar Itiberê / Fotos Públicas)

O Ministério Público apresentou mais uma denúncia contra João Teixeira de Faria, o João de Deus. As acusações são por crimes de estupro de vulnerável contra duas vítimas, além de falsidade ideológica. Segundo as investigações, o médium induziu uma das vítimas a lavrar uma escritura em um cartório de Anápolis. No documento, informações falsas sobre as acusações de abusos sexuais que pesam contra ele.

De acordo com o procurador Augusto César Souza, a escritura foi lavrada antes da primeira divulgação de abusos sexuais, feita por uma holandesa Zahira Mous, de 34 anos, ao programa Conversa Com Bial, da Rede Globo, em dezembro do ano passado. 

Outras três pessoas, entre elas um amigo do médium e servidores da Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, estão envolvidas no crime de falsidade ideológica, e que teria ajudado a produzir a escritura e conzudir a vítima o cartório. 

“Cada um, de certa forma, contribuía indiretamente para a lavratura deste documento. Alguns deles, efetivamente, fazendo inserir essas informações falsas, outros no intuito de manipular essa vítima para que ela prestasse informações e se predispusesse a ir ao cartório, outros no intuito de intimidar essa pessoa para que ela realizasse o ato da forma como era interessante para eles. Tudo foi feito com o propósito de resguardar a imagem do médium João Teixeira de Faria e descredibilizar essa reportagem que foi veiculada”, afirma o promotor Augusto César Souza.

João de Deus está preso desde o dia 16 de dezembro no Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia. Na última quinta-feira (21), o Superior Tribunal de Justiça autorizou a transferência do médium para o Instituto de Neurologia de Goiânia. No pedido, a defesa argumenta que ele possui um aneurisma da aorta abdominal. João Teixeira de Faria é acusado por crimes sexuais durante atendimentos espirituais.

Até o encerramento desta reportagem, a defesa de João de Deus afirmou que não teve acesso ao documento da denúncia.