Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, foi denunciado pelo MP-MG (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro pretende manter Marcelo Álvaro Antônio como ministro de seu governo. O Ministro do Turismo foi indiciado pela Polícia Federal (PF) no caso que investiga possíveis desvios de recursos através de candidaturas-laranja de mulheres no Partido Social Liberal (PSL) mineiro. No período eleitoral de 2018, Álvaro Antônio era presidente do partido em Minas Gerais.

Ao ser questionado pelo Estadão/Broadcast, o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, disse que “o presidente da República aguardará o desenrolar do processo. O ministro permanece no cargo”. O Ministério do Turismo afirmou em nota que o ministro reafirma sua confiança na justiça e diz ter convicção de que a verdade prevalecerá e que sua inocência será provada. “O ministro reitera que não cometeu qualquer irregularidade na campanha eleitoral de 2018. Vale lembrar que é apenas mais uma etapa de investigação e o ministro segue confiante de que ficará comprovada sua inocência”, diz o ministério.

A decisão da PF de indiciar Marcelo Álvaro Antônio faz parte do inquérito que apura um esquema de candidaturas-laranja no partido. Como era presidente estadual do partido, Álvaro Antônio era quem escolhia as candidaturas e destinava a verba para as campanhas. De acordo com apuração do Jornal Folha de São Paulo em fevereiro, o PSL nacional repassou pouco mais de 270 mil reais para o desenvolvimento de campanha de quatro candidatas e parte deste dinheiro, segundo a Folha, foram parar na conta de quatro empresas de assessores, parentes ou sócios de assessores do ministro.

Denunciado

O Ministério Público de Minas Gerais denunciou o Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio e outras 10 pessoas no caso de candidaturas-laranjas no PSL nas eleições de 2018. Os crimes atribuídos pela Polícia Federal foram falsidade ideológica, apropriação indébita eleitoral e associação criminosa. A PF aponta Marcelo Álvaro Antônio como articulador do esquema. Os outros10 denunciados já haviam sido indiciados em junho.

Confira todos os indiciados pela Polícia Federal que foram denunciados pelo Ministério Público:

Marcelo Álvaro Antônio – ministro do Turismo

Camila Fernandes, Debora Gomes, Naftali Tamar, Lilian Bernardino – acusadas ou suspeitas de serem candidatas-laranja

Haissander de Paula – foi assessor do ministro quando ele era deputado federal

Irineu Inacio da Silva – deputado estadual em Minas pelo PSL

Marcelo Raid Soares – dono de duas empresas gráficas em Belo Horizonte

Reginaldo Donizeti Soares – irmão de Roberto Silva Soares, sócio de duas empresas que prestaram serviço eleitorais às candidatas investigadas

Roberto Silva Soares – Assessor do ministro e coordenador de campanha de Camila, Débora e Naftali

Mateus Von Rondon – assessor especial do ministro