O presidente Eurico Miranda pode estar com os dias contados no Vasco. O Ministério Público do Rio de Janeiro entrou com pedido de destituição da diretoria Cruzmaltina na última quarta-feira (13), após denúncia apresentada, o clube teria contratado torcedores da Força Jovem, organizada banida dos estádios e acobertado episódios de violência dentro do estádio São Januário.

Além da destituição definitiva do cargo de presidente, membros da diretoria que estão envolvidos também sairão, a ação também cobra uma multa de 500 mil reais. Consideram fatos graves a inauguração de um camarote para a organizada no estádio do clube, no dia do clássico contra o Flamengo e fotos do presidente cruz-maltino com torcedores.

O juiz Guilherme Schilling Polo Duarte, do Juizado Especial do Torcedor, deu 10 dias para o dirigente se manifestar. Ele considera que é o tempo ideal para que a defesa de Eurico e do Vasco se manifestassem antes que qualquer ação fosse feita sobre o afastamento do atual presidente.

Por meio de nota oficial, Eurico Miranda e o Vasco se posicionaram, chamando a denúncia de “inacreditável”.

Confira a nota na íntegra:

“Inacreditável!!!

É com perplexidade que tomamos conhecimento de tamanho absurdo. Não é novidade que um membro do Ministério Público tem se aventurado em ações absolutamente precipitadas e desarrazoadas no que tange os episódios de violência nos estádios cariocas, especialmente em relação ao Club de Regatas Vasco da Gama, contra o qual se chegou a deduzir pedido de interdição do Estádio pela via inadequada e com base em suposto descumprimento de obrigações de terceiros, que inusitadamente não foram alvos de pretensões similares.

Agora, seguindo a batida, e evidentemente temperada com questões pessoais e/ou políticas, se aventura, às vésperas do lançamento da candidatura do atual mandatário à reeleição, vir a juízo requerer, com base em mera ilação do parquet, a destituição de toda a diretoria do Clube, porquanto, segundo vocês afirmam, fotografias “comprovariam” que o VASCO apoia a Força Jovem e, por conseguinte, estimularia a violência nos estádios. Inacreditavelmente assiste-se a mais um exemplo de uso da máquina estatal como instrumento político!

Em meio a tantas evidências que levam à essa insofismável conclusão, vemos mais uma jogada ensaiada entre o(s) condutor(es) da manobra e os canais que se desesperam com a retomada do bom desempenho do futebol, afinal uma ação distribuída e que ainda se encontra em

autuação produziu uma matéria em tempo recorde, a ser reverberada nas primeiras horas do dia do lançamento da candidatura do atual mandatário à reeleição. Nada mais peculiar!

Ora, se de um lado não há dúvidas do caráter político/pessoal da manobra encetada, há também de outro, a certeza que o Judiciário não servirá a tais propósitos, até porque, segundo determina o art. 37 do Estatuto do Torcedor, no qual se prevê a destituição de dirigentes, para que haja uma decisão neste sentido necessário se faz a observância do devido processo legal, o que, obrigatoriamente, ensejerá a prévia intimação do Clube para apresentação de defesa.

Busca pelo holofote, questões pessoais e sede de poder! Essa é a combinação que assustadoramente parece ter dado ensejo ao instrumento político em questão.

O Vasco, quando efetivamente intimado para manifestar-se, demonstrará o absurdo por de trás da manobra!

Diretoria

Club de Regatas Vasco da Gama”