A estudante Kerolly Alves Lopes, de 11 anos, morreu às 18h30 desta terça-feira (7), no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), em decorrência de uma parada cardíaca . Ela estava internada desde que levou um tiro na cabeça durante uma discussão do pai, Sinomar Lopes, com o comerciante de Aparecida de Goiânia, George Araújo de Souza, de 24 anos. Na segunda-feira (6) foi constatada sua morte cerebral.

Os órgãos da garota não poderão ser doados, pois a família não autorizou o desligamento dos aparelhos logo após a constatação da morte encefálica. O pai acreditava que a filha ainda tivesse chances de sobreviver.

Assim os médicos mantiveram os aparelhos que conservavam a respiração e os batimentos cardíacos, porém Kerolly teve falência múltipla dos órgãos, o que inviabiliza a doação.

O velório de Kerolly será realizado na Igreja Assembleia de Deus, na Vila Maria, em Aparecida de Goiânia.

Polícia

O atirador, George Araújo, foi apresentado pela Polícia Civil terça-feira (7). Segundo a delegada Marcela Orçai, titular da Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA) de Aparecida de Goiânia, o inquérito deverá ser concluído ainda nesta semana. George será indiciado por homicídio duplamente qualificado e por tentativa de homicídio.

Na, DPCA, onde foi apresentado, George não conseguiu falar à imprensa. Ele apenas chorou e se disse arrependido do fato. O advogado dele, Roberto Rodrigues, defende que George foi provocado a cometer o ato. Ele afirma que o pai da vítima também deve responder pela morte da garota. “Às vezes qualquer um de nós, estando em um momento de conflito com alguém, pode perder a cabeça. E ele me falou que perdeu a cabeça, que ele errou e que está preparado para responder. Nós temos que colocar na balança, a responsabilidade não foi só dele, tanto que o pai usou a criança como escudo. As cenas são claras. A responsabilidade, no meu modo de entender, é de ambos e quem deu causa à situação foi o pai. Ambos têm que responder pela morte da criança”, disse o advogado.

A delegada pondera que o pai da criança não pode ser indiciado por homicídio, por não existirem provas materiais contra ele, mas que ouvirá testemunhas para apurar os fatos. “Pelo homicídio ele não responde de forma alguma. Vamos averiguar a questão dessa colocação da criança em risco, através da oitiva de novas testemunhas. Se ficar provado que ele concorreu de alguma forma dolosa para o fato, aí sim haverá indiciamento”, afirmou.

Quanto à argumentação da defesa, de que George teria sido provocado por Sinomar, a delegada descarta qualquer benefício a George. Ela afirma que este fator não é motivo para reduzir a gravidade da situação. “O que a gente vê no vídeo é o que a gente está usando no inquérito. A gente vê que uma pessoa chega pra conversar com a outra. Em nenhum momento pratica agressão física. Ele apenas fala de uma distância considerável e o autor sem nenhuma razão sai correndo e atira”, finalizou.