Um dos alvos da Operação Vendilhões, é o sacerdote padre Robson de Oliveira, reitor da Basílica de Trindade e presidente da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe). A ação, deflagrada nesta sexta-feira (21) pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público de Goiás, investiga desvio de recursos na Associação Filhos do Pai Eterno.
Segundo o MP-GO, as investigações iniciaram após indícios de que o Padre Robson teria utilizado indevidamente o dinheiro da Afipe após ter sido vítima de extorsão em março de 2019, para que não divulgassem imagens e mensagens eletrônicas com informações pessoais, amorosas e profissionais do sacerdote. Padre Robson determinou, de acordo com o MP, o pagamento de R$ 2,9 milhões da Afipe para os extorsionários. Além disso, a quantia de R$ 1,2 milhão para que mantivessem em sigilo interesses pessoais.
Foi a partir desses pagamentos, verificados na investigação encetada que, segundo o MP, chegaram a uma rede de envolvidos muito maior, com apropriações e negociações envolvendo os bens das AFIPES.
A casa o padre foi um dos alvos de mandado de busca e apreensão pelo Ministério Público de Goiás, além de empresas e residências em Goiânia e Trindade. Na sede da Afipe, no Setor Aeroviário, em Goiânia, os agentes encontraram dinheiro vivo, em notas de R$ 100, guardado em uma gaveta na sala da presidência.
A operação apura os crimes de apropriação indébita, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e e sonegação fiscal. De acordo com a decisão judicial, o grupo era supostamente liderado pelo Padre Robson de Oliveira e composta por pessoas de sua confiança que atuavam para desviar recursos doados para a Afipe. Segundo o documento, Padre Robson criou várias associações com a mesma finalidade, endereço e nome, com inovações e alterações estatutárias que “gradativamente lhe deram poder absoluto sobre todo patrimônio das Afipes”.
