O procurador-geral de Justiça, Eduardo Abdon Moura, informou na tarde de hoje (15/2) os próximos passos do Ministério Público estadual (MP-GO) nas investigações que culminaram com a prisão de 19 pessoas pela Operação Sexto Mandamento, da Polícia Federal. Segundo o procurador-geral, já foi solicitada agenda para uma reunião com o governador Marconi Perillo onde serão solicitadas ações como revisão dos critérios de promoção na Polícia Militar (PM), construção de um presídio militar, estruturação e fortalecimento da corregedoria da PM e instalação de GPS nas viaturas.

Também será exigido do governo estadual a conclusão dos inquéritos policiais e de perícias solicitadas nas investigações ligadas aos casos envolvendo PMs. Outra frente de ação do Ministério Público será a análise do que for apurado pela Polícia Federal nesta operação e propor, a partir desta apuração, medidas judiciais contra os envolvidos, tais como denúncia, afastamento e perda do cargo.

Investigações iniciadas pelo Ministério Público estadual (MP) resultaram na Operação Sexto Mandamento, deflagrada pela Polícia Federal em Goiás (PF) esta manhã (15/2) e que tem o objetivo de desarticular uma organização criminosa com alto poder de influência e de intimidação composta por Policiais Militares de Goiás. Ao longo dos últimos anos, inúmeras famílias procuraram o Ministério Público pedindo apuração de mortes ocorridas

após abordagem de policiais militares. A investigação gerou documentos e depoimentos que davam conta da existência de um suposto grupo de extermínio liderado por PMs das mais diversas patentes.

Diante da constatação de limitações dos aparelhos de investigação estatal, com a morosidade dos inquéritos e perícias, em dezembro de 2009 o MP solicitou ao Ministro da Ministério Público do Estado de Goiás Justiça a intervenção da Polícia Federal no caso, fato concretizado em abril de 2010.

O MP designou uma força-tarefa composta de vários promotores de Justiça para acompanhar e dar suporte às investigações da PF. Esta equipe coletou todas as representações, investigações e documentos existentes no Ministério Público que relatavam ações de grupo extermínio (homicídios com envolvimento de policiais militares, “troca de tiros”, “resistência”) e remeteu a documentação para a Polícia Federal, a fim de subsidiar o inquérito instaurado. 

(Com informações da Assessoria de Imprensa do MP)