O Ministério Público Federal buscou entrar num consenso com os representantes de transportadoras de cargas em Goiás. De acordo com dados do MPF, em 2009 foram transportadas por rodovias federais no Estado, mais de sete mil toneladas de excesso de peso, sendo lavrados 1.100 autos de infração.
O Procurador Cláudio Drewes ressalta que além dos riscos para quem trafega junto a caminhões com excesso de peso, a condição de trabalho dos motoristas também não é boa.
Segundo ele, muitas vezes os motoristas dirigem por muitas horas, transportando cargas com volume muito acima daquilo que o caminhão aguenta, tendo que fazer em um tempo curto para ganhar uma bonificação pelo serviço.
“Eles muitas vezes usam drogas para que possam ter condições de ter resistência física para poder aguentar. Isso tudo acaba desencadeando aquilo que o Ministério Público Federal faz, que é o papel de tutelar o aspecto da cidadania do motorista”, aponta.
O Ministério Público Federal em Goiás está com trinta ações civis públicas abertas contra transportadoras goianas. Durante encontro com representantes das empresas de transporte de Goiás, Cláudio Drewes destacou a necessidade de aumentar a fiscalização nas estradas federais goianas.
O Vice-Presidente da Federação Interestadual das Empresas de Transporte de Cargas de Goiás, Paulo Afonso Lustosa, o principal problema enfrentado é o descaso do poder público.
“Nossos caminhões trafegam em estradas que não estão adequadas ao tipo de equipamento que estamos usando, não tem manutenção adequada, não tem posto de descanso e manutenção, não tem fiscalização nem segurança. O Estado transfere toda a responsabilidade de operação para quem está usando o transporte de carga”, declara.
O Procurador Cláudio Drewes fez uma recomendação ao Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Goiás, que deve ser cumprida imediatamente.
“A partir do momento da realização do trabalho, vamos verificar se o Sindicato está colaborando no combate, orientando os sindicalizados”.
Com informações da repórter Lyra Rúbia