Organização criminosa era comandada por Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira (Foto: Reprodução)

A justiça condenou mais 17 policiais militares, civis e federais envolvidos com a máfia dos jogos ilegais em Goiás. Eles estavam envolvidos no esquema desarticulado pela Operação Monte Carlo e chefiado por Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira.

A decisão foi tomada pela 11ª Vara da Justiça Federal de Goiás. Os policiais foram condenados pelos crimes de quadrilha, violação do sigilo funcional, corrupção e peculato. As penas variam entre 1 ano e 1 mês de reclusão, com substituição por penas alternativas; a 18 anos e 11 meses de reclusão em regime fechado. Além disto, foi decretada a perda do cargo de todos os condenados.

Entenda

A denúncia do MPF contra a máfia dos caça-níqueis, desarticulada pela Operação Monte Carlo, foi apresentada à Justiça Federal em março de 2012 (clique aqui e leia a notícia). Ao todo, 80 pessoas foram acusadas de participar da organização criminosa que explorava a jogatina em Goiás há mais de 16 anos. A quadrilha armada – encabeçada por Carlinhos Cachoeira – explorava direitos dos pontos em Goiânia e no entorno de Brasília, onde as máquinas caça-níqueis estavam clandestinamente instaladas. Devido ao elevado número de denunciados e da complexidade dos fatos, houve o desmembramento do processo principal em relação aos policiais envolvidos.

Os negócios do grupo criminoso se mantinham com apoio desses policiais militares, civis e federais, que tinham as funções de ignorar a atuação ilícita da máfia da jogatina, vazar informações sigilosas de interesse da organização criminosa, fazer a segurança das casas de jogos, cobrar dívidas, transportar valores e eliminar concorrentes. Para tanto, recebiam propinas mensais e por tarefa, que eram registradas na contabilidade do grupo criminoso.

Na sentença, além da condenação às penas de reclusão, foi decretada a perda do cargo de todos os condenados. O MPF deverá recorrer da sentença visando aumentar algumas das penas aplicadas.