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Em duas novas denúncias protocoladas na quinta-feira (24) na 11ª Vara da Justiça Federal em Goiás, o Ministério Público Federal (MPF) acusou o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlos Cachoeira, de movimentar R$ 13,8 milhões provenientes de máquinas de caça-níqueis em apenas três anos, e da consequente sonegação fiscal dessas operações, e de aquisição por meio de laranjas de pelo menos 58 imóveis. As duas novas denúncias foram divulgadas apenas nesta segunda-feira (28).
O MPF acusa Cachoeira e o seu então contador Geovani Pereira da Silva, indicado na Operação Monte Carlo como responsável pela gestão financeira da organização criminosa de exploração de jogos de azar em Goiás, dos crimes de lavagem de dinheiro e de sonegação fiscal.
Segundo o MPF, as investigações apontaram que Cachoeira utilizava contas bancárias de Geovani para movimentar recursos financeiros obtidos com a exploração de máquinas caça-níqueis. Apenas no período de 2008 a 2011 Cachoeira teria movimentado mais de R$ 13,8 milhões.
Com a ajuda da Receita Federal o MPF apurou que essa movimentação financeira de Cachoeira, em diversas contas bancárias de Geovani, resultou na sonegação de mais de R$ 3,8 milhões em imposto de renda de pessoa física. De acordo com as investigações o valor consolidado desse crédito tributário atinge atualmente mais de R$ 13,4 milhões.
Na segunda denúncia, o MPF acusou Cachoeira, seu ex-cunhado, Adriano Aprígio de Souza, e sua ex-mulher, Andréa Aprígio de Souza de ocultação de dinheiro obtido com a exploração ilegal de jogos de azar. Segundo a denúncia Cachoeira comprou pelo menos 58 imóveis, utilizando a ex-mulher e o ex-cunhado como laranjas. Em valores de 2014, avaliações judiciais desses imóveis totalizaram mais de R$ 23,8 milhões.
Neste caso, os três foram denunciados por lavagem de dinheiro e de crimes contra a Administração Pública (corrupção ativa e passiva, violação de sigilo funcional, advocacia administrativa, peculato, furto e contrabando. Em caso de condenação, o MPF pede que seja decretada a perda dos imóveis em favor da União.
Essas duas denúncias foram feitas em um desdobramento da Operação Monte Carlo, deflagrada em março de 2012. Cachoeira foi condenado em primeira instância nesta operação a 39 anos e 8 meses de reclusão, pela prática dos crimes de corrupção ativa, violação de sigilo funcional, advocacia administrativa, peculato e formação de quadrilha. Ele é condenado, ainda, a 6 anos e 3 meses de reclusão por fraudes na Loteria Estadual do Rio de Janeiro (Loterj).
Há ainda uma terceira condenação. Em junho de 2018, o O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal no Rio de Janeiro, condenou Cachoeira a 9 anos e 6 meses de prisão e o empresário Fernando Cavendish, a 4 anos, na Operação Saqueador, considerada “mãe” da Lava Jato no Rio de Janeiro.