As autoridades da França e Itália intensificam a pressão para proibir o uso de trajes muçulmanos por parte das mulheres. A justificativa se baseia nas questões de segurança – sob a proteção das vestimentas podem se esconder terroristas. Uma das propostas é fixar leis coibindo os trajes à moda islâmica nos países europeus. Nos países muçulmanos, aparentemente a pressão europeia não exerce influencia sobre os costumes e hábitos femininos.

Na contramão da ação dos governos europeus, as mulheres iranianas, egípcias e libanesas mantêm suas vestimentas, às vezes com adaptações. Para as muçulmanas, cobrir a cabeça e usar trajes próprios de sua religião indicam simplicidade e renúncia à vaidade.

Nas ruas de Teerã, a capital iraniana, não são vistas mulheres com os cabelos descobertos. O tipo de cobertura usado por elas varia de acordo com a rigidez com que seguem os preceitos do islamismo e com a cultura familiar. As mais modernas fazem questão de deixar mechas do cabelo à mostra: na franja ou nas pontas.

Também no Irã, as mulheres que mostram parte dos cabelos indicam apreciar as tinturas – pintam em geral de loiro ou com mechas claras. O mais comum é observar mulheres usando o chador –  tecido fechado, com espaço aberto apenas para o rosto, que cobre o cabelo e também o pescoço e os ombros. Em geral, pode ser preto ou cinza, mas há de outras cores.

Porém, as mulheres mais tradicionais usam o hijab – espécie de manto preto, com longas mangas, que vai da cabeça ao pés e cobre todo o corpo. O manto largo esconde toda a roupa sob ele. Muitas colocam grossas meias pretas e luvas da mesma cor.

Com 10% da população não muçulmana, no Egito é comum ver uma ou outra mulher com os cabelos à mostra. Mas, em geral, os costumes religiosos predominam. Há mulheres que cobrem todo o rosto, deixando apenas os olhos de fora, utilizando o chamado sitar – véu preto, de tecido fino semelhante a uma seda.  

As jovens tentam adequar o uso do lenço à moda. Nas ruas do Cairo, a capital egípcia, há lenços coloridos, cercados por colares dourados e muito brilho. As variações vão desde o khimar –  que é um lenço longo, que pode chegar até a cintura ou aos joelhos, em geral na cor preta. Há ainda o al-amira – espécie de véu, podendo ser colorido, estampado ou apenas preto, que é colocado de tal forma sobre a cabeça que cobre parte da testa e apenas o pescoço e o colo da mulher.

No Líbano, cuja presença dos cristãos é maior, é mais frequente observar mulheres com os cabelos descobertos. No entanto, por ser uma das principais referências econômicas do mundo muçulmano, o país atrai estrangeiros, o que torna comum numa mesma rua mulheres vestidas à moda ocidental ficarem ao lado daquelas vestidas da forma mais rigorosa.

A burca é obrigatória no Afeganistão e em regiões do Paquistão e não é comum nos demais países muçulmanos. De todas as vestimentas, é a única que não permite adaptações: é uma longa manta, inteiriça, na cor azul, que cobre dos pés à cabeça incluindo o rosto da mulher. Os olhos são protegidos por um treliça do mesmo tecido do traje.

Fonte: Agência Brasil