No cenário atual, marcado por crises ambientais e sociais, o papel da proteção social na mitigação da mudança climática precisa de uma atenção maior dos governos. A constatação foi divulgada na última quinta-feira (12) pelo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que revela uma grande lacuna: enquanto 52,4% da população global tem algum nível de cobertura, nos países mais vulneráveis ao clima, 75% das pessoas ainda carecem de qualquer suporte social. No Brasil, o impacto do desmatamento na Amazônia, associado às questões de justiça social, demonstra a urgência de integrar proteção social e ações climáticas de forma decisiva e efetiva.
Recentemente, o país tem enfrentado episódios cada vez mais graves de desastres naturais, como enchentes e secas severas, que impactam as populações mais vulneráveis, muitas vezes desprotegidas por políticas públicas eficazes. Em paralelo, a desigualdade social tem sido exacerbada pela crise climática, onde comunidades que dependem de recursos naturais enfrentam o dilema da subsistência ou da preservação ambiental.
Globalmente, enquanto nações de alta renda investem cerca de 16% de seu PIB em proteção social, os países de baixa renda, que enfrentam maiores riscos climáticos, mobilizam apenas 0,8%. Esse descompasso é particularmente preocupante, considerando que a proteção social pode ser um mecanismo crucial para ajudar as populações a se adaptarem e resistirem aos choques climáticos. Ações como renda básica, acesso à saúde e programas de requalificação para empregos verdes poderiam facilitar uma transição justa para uma economia sustentável.
No Brasil, apesar dos avanços em algumas áreas, como o aumento da participação em programas de renda mínima, ainda há demandas de políticas robustas para preparar as comunidades para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas. O desmatamento, por exemplo, não afeta apenas o ecossistema, mas coloca em risco a segurança alimentar e a estabilidade econômica de regiões inteiras. Em muitas áreas, a ausência de cobertura social agrava a vulnerabilidade, tornando difícil para as famílias se reerguerem após eventos climáticos extremos.
As metodologias da Lei da Aprendizagem ou de Trabalho Educativo são estratégias já bastante testadas e que com apoio de governos federais, estaduais e municipais são capazes de escalar e se tornar uma ferramenta potente de transformação social. Ela é baseada em EDUCAÇÃO com consciência ambiental, experiência de TRABALHO e distribuição de RENDA. A estratégia garante justiça social e empoderamento econômico para que jovens e suas famílias tenham condições de contornar os efeitos das mudanças climáticas.
O alerta da OIT ecoa com urgência: os governos precisam enxergar a proteção social não apenas como um direito humano, mas como um instrumento essencial para enfrentar a crise climática e construir uma sociedade mais equitativa e resiliente. A justiça social e a sustentabilidade ambiental estão intrinsecamente ligadas, e o futuro depende da nossa capacidade de integrar essas agendas de forma eficaz.
[COP À COP]
– FAVORITO COP30. O embaixador André Aranha Corrêa do Lago, atual secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty, é o favorito de Lula para ser o presidente da COP30, que ocorrerá em Belém em 2025. Ele já participa das reuniões preparatórias para o evento, que terá como foco principal a revisão do Acordo de Paris e as metas de redução de emissão de gases. A decisão pode ser anunciada durante a Assembleia-Geral da ONU em setembro. Informações do Metrópoles.
– DIGITAL SUSTENTÁVEL. A União Internacional de Telecomunicações (UIT) e o PNUD lançaram a campanha “Um futuro digital para todas e todos” para destacar o papel das tecnologias digitais no apoio aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A iniciativa convida o público a compartilhar suas visões de um futuro digital inclusivo, com as respostas sendo apresentadas no evento SDG Digital, realizado em Nova York em setembro de 2024. O evento buscará formas de promover um futuro mais sustentável e igualitário através da inovação tecnológica.
– CHUVA ARTIFICIAL. A técnica de bombardeamento de nuvens com iodeto de prata, usada para provocar chuva, ainda é controversa e sem evidências científicas robustas de eficácia. Na Bolívia, foi aplicada na região de Santa Cruz, com alguns resultados na redução de incêndios e melhoria da qualidade do ar. A chuva trouxe alívio, mas a situação permanece grave, com incêndios atingindo proporções alarmantes. O Brasil enviou bombeiros para auxiliar, tentando evitar que as chamas avancem para o Pantanal, enquanto a seca histórica atinge também o Paraguai. Informações via Giro Latino.
– IA NA EDUCAÇÃO. A Arco Educação, em parceria com a OpenAI, criadora do ChatGPT, desenvolveu uma ferramenta de IA que adapta conteúdos escolares para alunos com deficiência e transtornos de aprendizagem. Essa IA permite que professores personalizem questões e planos de aula, facilitando a inclusão. A ferramenta visa ajudar tanto alunos com laudos médicos quanto aqueles com dificuldades observadas por professores. A plataforma estará disponível a partir de 2025 e será usada em escolas particulares. Informações via Diário do Pará.