Matéria publicada no jornal Folha de São Paulo neste sábado (16) traz que a mulher do candidato à presidência da República José Serra (PSDB), Mônica Serra, teria realizado um aborto e confidenciado a ex-alunas. A denúncia contradiz o discurso do candidato de que é contra a prática em qualquer circunstância. 

 

Segundo relato feito ao Jornal por ex-alunas de Monica no curso de dança da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ela teria relatado, durante uma aula, em 1992, que fez um aborto quando estava no exílio com o marido, no Chile.

Um dia depois do debate da TV Bandeirantes, no domingo, 10, a bailarina Sheila Canevacci Ribeiro, 37, postou uma mensagem em seu Facebook, que foi reproduzida por outros perfis, dizendo Serra não respeitava “tanto as mulheres, começando pela sua própria mulher. Sim, Monica Serra já fez um aborto”.

“Com todo respeito que devo a essa minha professora, gostaria de revelar publicamente que muitas de nossas aulas foram regadas a discussões sobre o seu aborto traumático”, escreveu Sheila no Facebook. “Devemos prender Monica Serra caso seu marido fosse [sic] eleito presidente?”, traz parte da reportagem da Folha de São Paulo, reproduzindo o texto da ex-aluna.

O Jornal localizou uma colega de classe de Sheila, que é professora de dança em Brasília e concordou em falar sob a condição de anonimato.

Ela relatou um clima de intimidade nas aulas com Mônica e disse que – a então professora – compartilhou sua história com o grupo de alunas. Disse ter feito o aborto por causa da ditadura.

Ainda de acordo com a ex-aluna, Monica disse que o futuro dela e do marido, José Serra, era muito incerto. Quando engravidou, teria relatado Monica à então aluna, o casal se viu numa situação muito vulnerável”.

Resposta

A assessoria do candidato José Serra divulgou nota em que classifica a “acusação” como falsa e compara com “o padrão Miriam Cordeiro de que o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva foi vítima na eleição de 1989”.

“Dá continuidade ao jogo sujo que tem caracterizado a presente campanha desde que um núcleo do PT, montado para fazer dossiês contra o candidato tucano à Presidência, foi descoberto em Brasília. Primeiro eles atacaram a filha de José Serra. Depois atacaram o seu genro. Agora eles agridem a sua mulher, Monica, que tem a irrestrita solidariedade, amor e respeito de seu marido, de seus filhos, netos e de milhões de brasileiros”, traz a nota.