Mulheres têm mais dificuldades de parar de fumar do que os homens, conforme afirma o coordenador do programa antitabagismo da secretaria, Celso Antônio Rodrigues da Silva. 

A classe feminina, por questões hormonais, tende a se viciar mais facilmente do que o homem e têm mais dificuldades de parar de fumar. Além disso, segundo o especialista, uma mulher que começa a fumar na adolescência, tem 30 vezes mais chance de desenvolver doenças como o câncer até os 30 anos de idade. “A mulher tem mais dificuldade de parar por causa do vício psicológico, do medo de engordar e do próprio vício da nicotina, que é mais forte nelas. A cada 20 pessoas que procuram um de nossos grupos para se tratar contra o tabagismo, 16 são mulheres”, afirma.
 
Para Maria Junqueira, que fumou dos 10 aos 33 anos, a batalha foi árdua e durou cerca de cinco anos. Ela disse que começou a fumar ainda menina, numa época em que tragar era considerado “chique e divertido”. “Eu roubava um cigarro do meu pai, ou fazia um cigarro de palha. No interior isso era comum. Além do mais, minhas tias fumavam, minha mãe fumava escondido do meu pai e nós fumávamos juntas”. Ao engravidar, contudo, ela decidiu abandonar o vício pelo bem do bebê. “Eu nunca mais voltei, mas passei cinco anos com vontade. Eu acordava de madrugada querendo fumar, sonhava que estava fumando”, conta ela, que está há 24 anos sem fumar.

Mas não são só as mulheres que se preocupam em deixar de fumar. O jovem Maxsuel Teixeira da Luz, de 25 anos, diz que fuma “pouco”, de sete a dez cigarros por dia. Mesmo assim, ele procurou o estande da Secretaria de Saúde no parque para medir a quantidade de monóxido de carbono no pulmão e colher informações sobre como deixar o vício, que começou há dois anos. “Eu sei que não existem quantidades seguras para o consumo de cigarro e também sei que hoje eu não sinto nada, mas, amanhã, posso sentir”, afirmou. Luz acredita que eventos como este têm mais efeito sobre o fumante que propagandas em rádio e TV. “Para quem tem interesse em parar de fumar, esse corpo a corpo é ótimo. Ajuda a motivar e dá informações sobre como parar”, afirmou.

No Distrito Federal, segundo a Secretaria de Saúde, existem mais de 60 centros preparados com médicos, psicólogos e até nutricionistas espalhados pelas cidades satélites para ajudar quem quiser deixar o tabagismo.

(Fonte: Agência Brasil)