O Cruzeiro soube driblar os 4 mil metros de altitude da cidade boliviana de Potosí e empatou com o Real, por 1 x 1, na noite desta quarta-feira, no estádio Victor Agustín Ugarte. O resultado no jogo de ida da primeira fase da Copa Santander libertadores deixa o time celeste em boa condição para a volta, daqui a uma semana, no Mineirão.

 

A Raposa jogará por uma vitória simples ou um 0 x 0 em 3 de fevereiro para seguir rumo ao tricampeonato da Libertadores. Empate por 1 x 1 leva a decisão para os pênaltis e qualquer outra igualdade favorece os potosinos no critério de gol fora de casa.

Para esta quarta-feira, Adilson Batista armou o time bem diferente daquele que goleou o Uberlândia na estreia do Campeonato Mineiro. O volante Elicarlos assumiu a lateral direita e Jonathan, recuperado de dor no tornozelo esquerdo, ficou no banco de reservas. Gil substituiu Cláudio Caçapa e formou zaga com Leonardo Silva.

No meio-campo, Pedro Ken foi escalado pelo lado direito, em lugar de Bernardo. Por fim, o ataque ganhou mais corpo com Wellington Paulista em vez de Thiago Ribeiro.

Depois dos cinco dias de aclimatação nos 2.800 de altitude de Sucre, o Cruzeiro mostrou muita segurança para encarar o Real Potosí na Bolívia. Muito diferente do que aconteceu há dois anos, os atletas souberam administrar o esforço e superar a barreira do ar rarefeito.

A delegação celeste retorna a Belo Horizonte na quinta-feira e não terá muito tempo até o próximo compromisso, no sábado, às 17h, contra o Ipatinga, no Mineirão, pelo Estadual.

O jogo

O Cruzeiro cumpriu à risca na primeira etapa o plano de jogo traçado por Adilson Batista. Com um grande economia de gestos, os atletas celestes evitaram lançamentos longos, arrancadas inúteis e fizeram o tempo passar a cada interrupção da partida.

Logo aos 2 min, o Real Potosí mostrou uma das armas de time que joga na altitude. Loayza arriscou de fora da área e mandou longe da meta de Fábio. O Cruzeiro esteve bastante compacto em campo e, com inteligência, abriu o placar logo no início.

Aos 7 min, Kleber fez um giro no meio-campo, enganou o defensor e acionou Diego Renan na esquerda. Sem avançar muito, o lateral cruzou rasteiro e encontrou Wellington Paulista, na marca do pênalti, livre para chutar de primeira, no canto direito, e fazer Cruzeiro 1 x 0.

O gol não mudou em nada a estratégia e o Cruzeiro seguiu jogado em “câmera lenta”. A defesa mostrou muita firmeza e o adversário ficou sem alternativas. Em sincronia perfeita, os zagueiros Gil e Leonardo Silva deixaram Ruiz impedido aos 17 min e aos 19 min. Seriam nada menos que seis impedimentos do Real Potosí em 45 minutos.

A atuação do time só destoou aos 20 min, quando o meia Gilberto se desentendeu com Yecerotte em disputa de bola e acabou expulso pelo árbitro peruano Victor Rivera, que mostrou o cartão amarelo para o boliviano. Já em desvantagem por atuar nos 4 mil metros de altitude o Cruzeiro teve que se desdobrar para suprir a ausência do maestro.

Aos 27 min, o técnico Sergio Apaza sacou o volante Ortiz e colocou o armador Correa, que participaria do lance de maior perigo na área celeste.  Aos 32 min, o argentino cobrou falta da esquerda e Rodríguez, de costas para o gol, cabeceou no travessão. De resto, o Real Potosí não conseguiu se aproximar do gol de Fábio e arriscou chutes ruins de longe.

O Real Potosí voltou ainda mais ofensivo para a segunda etapa. O volante Clavijo saiu e deu lugar ao atacante Andaveris, que já aos 3 min deu trabalho. Ele recebeu cruzamento de Galindo pela esquerda e cabeceou para a boa defesa de Fábio.

Adilson Batista respondeu já aos 6 min, com a entrada do lateral-direito Jonathan no lugar de Wellington Paulista. Elicarlos então passou a reforçar a marcação no meio-campo.

O segundo tempo se desenhou um pouco diferente à medida em que o tempo passava e o Real Potosí apresentava a melhor adaptação à situação de baixa pressão atmosférica. O Cruzeiro manteve a estratégia, mas teve mais trabalho para conter as investidas do rival. Fábio trabalhou para defender cobrança de falta de Correa, aos 21 min.

Aos 22 min, o atacante Thiago Ribeiro entrou em ação, no lugar de Kleber. Três minutos depois, foi a vez de o camisa 1 trabalhar para conter finalização de Yecerotte.

Adilson Batista mudou pela última vez aos 29 min. Pedro Ken deu lugar ao volante Fabinho, que deu novo gás à cabeça-de-área celeste. O Cruzeiro seguiu lutando contra o cansaço até o final e por pouco não conseguiu uma vitória heroica.

O jogo se encaminhava para o final quando o Real buscou o empate. Aos 43 min, Eguino cruzou da direita e encontrou Correa em condição de chutar firme para anotar 1 x 1. Fábio ainda garantiu o resultado com boa defesa em cabeceio de Yecerotte aos 47 min.

REAL POTOSÍ 1 X 1 CRUZEIRO

Data: 27/01/2010 (quarta-feira)
Árbitro: Victor Rivera (PER)
Local: estádio Victor Ugarte, em Potosí
Público: não informado
Renda: não informada
Gols: Wellington Paulista, aos 7 min do primeiro tempo; Correa, aos 43 min do segundo tempo

Real Potosí
Machado; Eguino, Ricaldi, Rodríguez e Galindo; Clavijo (Andaveris), Ortiz (Correa) e Loayza; Argarañaz; Ruiz (Florentín) e Yecerotte
Técnico: Sergio Apaza

Cruzeiro
Fábio; Elicarlos, Leonardo Silva, Gil e Diego Renan; Marquinhos Paraná, Henrique, Pedro Ken (Fabinho) e Gilberto; Kleber (Thiago Ribeiro) e Wellington Paulista (Jonathan)
Técnico: Adilson Batista

Cartões amarelos: Yecerotte, Ricaldi, Eguino e Loayza (Real Potosí); Leonardo Silva (Cruzeiro)
Cartão vermelho: Gilberto (Cruzeiro)

Site Oficial do Cruzeiro