Um dos grandes destaques do Atlético, líder da Série B, na temporada é o volante Pedro Bambu. O jogador participou do programa “Debates Esportivos” desta quinta-feira e falou sobre o “segredo” do sucesso do Dragão no torneio nacional.
“União. Nosso grupo é uma família. Não conseguimos chegar à final do Goiano e todos falavam que iríamos cair no Campeonato Brasileiro e hoje vimos o quanto melhoramos no decorrer do torneio. Formamos uma família, temos uma grande união independente de quem está jogando. Temos grandes jogadores, com peças de reposição que sempre vão bem quando entram em campo. Ainda falta muito para nosso principal objetivo, mas tenho certeza que a gente vai conseguir”.
Com praticamente o mesmo elenco, o Atlético acabou eliminado nas semifinais do estadual pelo Anápolis. Bambu comentou o que mudou no rubro-negro, que hoje ocupa a ponta do nacional, com 55 pontos.
“Começamos bem o Goianão, com quatro vitórias consecutivas, mas acabamos dando uma caída, devido à alguns aspectos que não podemos comentar. No decorrer do Brasileiro, o astral mudou totalmente. Nós, jogadores, nos fechamos e falamos que tínhamos um grande elenco, que poderíamos dar o melhor de nós dentro de campo, para conseguir as vitórias. Foi isso que nos fez crescer no campeonato. Desde a chegada, o professor Marcelo Cabo sempre frisou que, se continuássemos com humildade, pés no chão e jogando com garra e determinação, seria difícil qualquer time nos vencer, tanto em casa quanto fora. temos de respeitar, mas não temer”.
O atleta admitiu que, apesar da confiança, o elenco atleticano não esperava disputar o título, já que outros clubes contam com um suporte financeiro maior.
“Para falar a verdade, não pensávamos em liderança no começo do campeonato, porque outras equipes tem uma folha salarial muito alta. O principal objetivo era ficar entre os quatro. Liderança foi algo que construímos no decorrer do campeonato, jogando bem, vencendo, sempre com humildade e dedicação. Mesmo sabendo das dificuldades, esperamos continuar na liderança e garantir o acesso”.
Exemplos
O entrosamento entre Michel e Pedro Bambu no meio-campo rubro-negro é notável. Por isso, os comentaristas da Rádio 730 lembraram de outra dupla de sucesso no Dragão: Pituca e Róbston. Bambu falou sobre os dois ídolos da torcida e destacou o entrosamento com outros companheiros.
“Tive a felicidade de treinar com o Pituca em 2013. Um grande jogador, cara excepcional. Joguei contra o Robston, que é um excelente volante. Eu e Michel temos um entrosamento muito grande dentro de campo. Quando um sobe, o outro fica na marcação. Não só com a gente, mas também com o Jorginho, com o Matheus, como foi com o Jonas em 2014, que a gente trocava posições no decorrer do jogo. Eu e Michel moramos perto um do outro, conversamos bastante e existe uma química dentro de campo.
Posição preferida
“Gosto de jogar de volante, pois comecei jogando naquela posição e me sinto bem ali. faço a lateral porque já me pediram e o Martelotte sempre falou para mim que, se eu continuasse jogando como lateral, eu sairia para algum time grande”.
Chegada ao Dragão
A chegada de Pedro Bambu ao Atlético também foi abordada e o atleta não escondeu a gratidão ao técnico Paulo César Gusmão, que conversou com o jogador durante uma partida.
“Estava jogando o Campeonato Cearense contra o PC e, em uma semifinal, entre Tiradentes e Ceará, ele me chamou na beira do campo, com o jogo rolando, e perguntou se eu queria trabalhar com ele. eu falei que sim e ele tentou me levar para o Ceará, mas não teve como, pois eu tinha mais um ano de contrato e o Tiradentes não queria me liberar de jeito nenhum. Quando foi em 2013, ele me ligou, falando que queria trazer para o Atlético, explicando toda situação que estava acontecendo, de lutar contra rebaixamento, situação de salários. Eu falei que gostaria de vir, para trabalhar com ele. O que nunca esqueço é que o Adson me ligou e falou comigo que eu poderia vir se quisesse, mas seria ganhando o mesmo que ganhava no Tiradentes, que era 5 mil reais (porque o Atlético não estava em boa situação financeira)”.
Saída para a Europa
O volante admitiu que o Joinville fez proposta por ele em 2015 e que, na atual temporada, PC Gusmão tentou sua contratação para o Marítimo, de Portugal. “O PC me ligou, dizendo que pediu minha contratação, que queria contar comigo, com uma proposta que seria praticamente o dobro do que ganho aqui. Falei com o Adson, destacando que queria sair da forma como entrei, pela porta da frente, mas ele disse que não me liberaria naquele momento, em junho, se não me engano. Conversei com minha família e minha esposa, que disse que seria melhor a gente ficar, pois estava bem, estava feliz no Atlético”.
“Se a gente conseguir esse acesso, não só eu, mas todos jogadores do Atlético ficarão valorizados e, provavelmente, receberemos propostas”.