Na tarde do próximo sábado (5), a partir das 17h, a bola vai rolar para Atlético e Goiás, no estádio Serra Dourada, em partida válida pela 34ª rodada do Campeonato Brasileiro Série B. Para o torcedor atleticano o confronto pode ser especial. A equipe rubro-negra, em caso de vitória, pode dar mais um grande passo rumo à elite do futebol nacional. E na memória dos adeptos do Dragão o dia 13 de abril de 2014 serve de inspiração para um novo triunfo sobre o rival alviverde.

Para resumir a final do Campeonato Goiano daquele ano: não teve invencibilidade do Goiás, muito menos tradição. Gol do adversário? Passou longe do Serra Dourada naquela tarde de domingo. Nada, naquele dia, tiraria o título do Goianão do Atlético, o 13º de sua história.

De 2006 a 2014, Atlético e Goiás se enfrentaram oito vezes na grande final do torneio estadual. O Dragão levou a melhor quatro vezes, sendo a última em 2014. A equipe alviverde também venceu em quatro oportunidades. O retrospecto, no entanto, jogava a favor do Verde, que ainda tinha a vantagem do empate para ser tricampeonato de forma consecutiva. Na partida da ida o jogo não saiu do zero, mas no futebol a taça ficou com a equipe atleticana.

Mas não foi fácil. A campanha na primeira fase não foi das melhores. O time se classificou com apenas 54.7% de aproveitamento. Com 23 pontos, o Atlético ficou, ao término da fase de grupos, 11 pontos atrás do líder do Grupo A, o Goiás. Mostrando eficiência no momento certo: o mata-mata.

Nas semifinais o Dragão passou pela Anapolina após empatar sem gols a partida de ida e venceu a volta por 3 a 0. Na grande final teve de tudo um pouco: gol mal anulado de Juninho, pênalti cobrado pelo ídolo esmeraldino Araújo e defendido pelo goleiro Márcio, na ocasião camisa 1 do Atlético, mas hoje defendendo as cores do Goiás. E ainda o gol do título saindo apenas no último minuto, quando tudo levava a crer que o tri do Verdão no Campeonato Goiano iria sair do forno.

NA MEMÓRIA: Em 2007, Atlético bateu o Goiás e conquistou o Goianão após 19 anos de jejum

AS CHEGADAS

Antes da bola rolar, a equipe de reportagem da Rádio 730 recebeu os elencos das duas equipes. No entanto, além da expectativa para a decisão foi relatado um caso de violência. Adson Batista, alega que foi realizado, de forma antecipada, o aumento no número do policiamento. “Não fomos atendidos. Alguns torcedores do Goiás atiraram pedras no nosso ônibus, trincaram janelas. Futebol é dentro de campo, não foi a primeira vez que isso aconteceu em jogos contra a equipe deles”, relatou.

Já sobre o confronto, Paulo Henrique declarou que o Atlético começou o campeonato correndo por fora. E que o Goiás chegava para a grande final como favorito. Enquanto isso Lino, que no final daquela tarde entraria para a história do clube rubro-negro, declarava que o Atlético chegou para o confronto forte para conquistar o título.

Do outro lado, Renan declarou que o time buscava um jogo melhor em comparação ao primeiro duelo da final. “Não só eu, mas o time inteiro precisa entrar ligado. É o jogo mais importante da temporada”, ressaltou o goleiro alviverde.

Já o volante Amaral seguiu a linha de pensamento do companheiro. “Temos que se doar ao máximo para dar o título para essa torcida maravilhosa. Precisamos jogar com cautela e inteligência. Em um erro podemos perder a partida”, refletiu.

1º TEMPO

O Atlético começou a primeira etapa em ritmo lento, sofrendo com jogadas agudas do Goiás pelas duas pontas. O Verde, por sua vez, envolvia o adversário com facilidade. A primeira chance de gol foi justamente alviverde. Em um vacilo rubro-negro, a bola sobrou livre para Thiago Mendes, que invadiu a área, mas só não abriu o placar porque optou por um chute forte. Ele acabou isolando a bola.

Jogando com o regulamento, o time esmeraldino se segurava como podia na defesa, mas atencioso o Goiás explorava os contra-ataques, que nem sempre levavam perigo ao gol do arqueiro Márcio. Araújo e Rychely, abertos nas pontas, pouco participaram do primeiro tempo. Thiago Mendes, no entanto, foi o responsável pelo papel de fazer a ligação entre a defesa e ataque.

A equipe do técnico Marcelo Martelotte errava muitos passes e não atacava de forma constante. As principais oportunidades do Atlético apareceram em jogadas em que a defesa do Goiás vacilava. Mas nada que alterasse o placar. O intervalo chegou com o resultado de igualdade: 0 a 0. Resultado, porém, ia garantindo o título ao Goiás.

Após o término do primeiro tempo, jogadores de ambos os clubes destacaram as respectivas posturas. O goleiro Márcio, por exemplo, ressaltou que o Atlético precisava melhorar a marcação. “Os riscos defensivos são normais. O ritmo do jogo foi intenso, mas estamos buscando o gol e uma hora sai”, disse. No viés de pensamento do companheiro, Jorginho declarou que saiu de campo satisfeito com a postura do time. “Vamos acertar alguns detalhes no intervalo para marcar o gol na etapa final”,

Já os esmeraldinos, pediram mais agressividade. “A marcação deve ser mais precisa, mas a bola precisa chegar ao ataque. Quase não chutamos a gol”, destacou Araújo. O volante Thiago Mendes ressaltou a fala do atacante do Goiás ao dizer que o clube precisa “partir pra cima e não pode ficar apenas esperando atrás”, disse.

2º TEMPO

Se o primeiro tempo foi sonolento com muitos erros e poucas jogadas de gol, a etapa decisiva parecia até outro jogo. O Atlético voltou com a necessidade de agredir mais. Martelotte lançou a campo Eusébio no lugar de Léo. O resultado foi um meio campo atleticano com mais agilidade. Outra tentativa do treinador foi realizar a inverter o atacante Juninho, jogando ele para atacar pela ponta esquerda, explorando os espaços de Vitor que subia ao ataque de forma contínua.

O Goiás manteve sua postura de jogar em velocidade por meio de contragolpes. De um deles nasceu um cruzamento que terminou com o atacante Artur colocando a mão na bola, o árbitro Wilton Pereira Sampaio (Fifa-GO) assinou pênalti. Na cobrança, Araújo bateu rasteiro e o goleiro Márcio cresceu para cima do artilheiro esmeraldino, defendendo o arremate, mantendo o Dragão vivo na final.

Ainda teve espaço para polêmica. Juninho balançou as redes alviverdes, no entanto, o assistente assinalou impedimento do atacante de forma equivocada. Nada que mudasse a postura do clube rubro-negro. O confronto ficou aberto e a torcida do Goiás já gritava “tricampeão!”

atletico2014 tacaAté o final da partida, o Atlético ainda pressionava muito o Goiás. Mesmo com o gol parecendo ser questão de tempo, alguns atleticanos já deixavam o Serra Dourada. Aos 48 minutos da etapa final, surge um escanteio para o rubro-negro. Pedro Bambu se encarregou de cobrar o corner. No banco de reservas, Martelotti foi à loucura com a decisão de Bambu. “Ele nunca havia batido nenhum escanteio. Em um lance tão importante, fiquei muito preocupado com isso”, afirmou o treinador.

Enquanto Bambu caminhava para a cobrança, o goleiro Márcio deu um pique até à área para tentar um último esforço. Pedro cobrou o escanteio e a bola milimetricamente até a cabeça do zagueiro Lino, que subiu mais alto que a defesa esmeraldina, e colocou a bola no canto direito do gol defendido por Renan. Foi a redenção! O gol emocionante impôs ao Goiás o primeiro revés no Goiano. Derrota letal e que consagrou o Dragão, campeão Goiano de 2014.

Ouça a narração do gol de Lino na voz de Ronair Mendes e todas as entrevistas com os rubro-negros campeões no campo de jogo:

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FICHA TÉCNICA

GOIÁS 0X1 ATLÉTICO

Data: 13 de abril de 2014

Local: Estádio Serra Dourada; Goiânia (GO)

Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (GO)

Assistentes: Fabrício Vilarinho da Silva (GO) e Marco Antonio Moreira (GO).

Cartões amarelos: Renan e Vítor (GEC); Eusébio, Thiago Feltri, Artur e Júnior Viçosa (ACG)

Cartões vermelhos: Vítor (GEC)

Gol: Lino, aos 48’ 2T (ACG)

GOIÁS: Renan; Vítor, Jackson, Pedro Henrique e Lima; Amaral, David, Thiago Mendes (Tiago Real) e Ramon; Rychely (Léo Bonatini) e Araújo (Clayton Sales). Técnico: Claudinei Oliveira

ATLÉTICO: Márcio; Pedro Bambu, Artur, Lino e Thiago Feltri; Léo (Eusébio), Renan Foguinho (Yago), Jorginho e Fábio Lima (Diogo Campos); Juninho e Júnior Viçosa. Técnico: Marcelo Martelotte.

NA MEMÓRIA: Em 2007, Atlético bateu o Goiás e conquistou o Goianão após 19 anos de jejum

NA MEMÓRIA: Em 2013, Goiás buscou empate no fim e celebrou o seu 24ª título do Goianão

NA MEMÓRIA: Em 2009, Goiás derrotou o Atlético e voltou a vencer o Goianão após três anos