Anápolis
De 1º a 14 de janeiro foram notificados 76 casos, todos a espera de
resultado do exame de sorologia a que foram submetidos, contra apenas
16 no mesmo período do ano passado
As notificações de suspeita de dengue em Anápolis na primeira quinzena de janeiro aumentaram mais de 470% em relação a 2009, de acordo com levantamento da Vigilância Sanitária onde se concentra o trabalho de combate ao mosquito Aedes Aegypti, de surgimento de novos focos do vetor e de controle da doença. De 1º a 14 de janeiro foram notificados 76 casos, todos a espera de resultado do exame de sorologia a que foram submetidos, contra apenas 16 no mesmo período do ano passado, o que representa o aumento de pouco mais de 470%.
Para evitar que o número de casos cresça e se torne em epidemia, a Secretaria Municipal de Saúde lança no final dessa semana, possivelmente no próximo dia 23, uma ampla campanha de mobilização de toda a população na tentativa de envolvê-la nas ações que serão desenvolvidas no combate ao mosquito transmissor da doença e na eliminação de focos do vetor. “A situação em Anápolis deixou de ser confortável”, admite a diretora de Vigilância em Saúde, Nélia Marinho Barreto, explicando que ela se agravou depois que o índice de infestação predial subiu para 1.2, considerado de médio risco, com tendência de chegar ao de alto risco, que é de 1.5. Para ficar fora da área de risco, o Município precisa retornar a um índice inferior a 1.0.
Ela revelou que antes mesmo do lançamento da campanha, os agentes de saúde foram orientados a intensificar as visitas de casa em casa nos setores onde moram pessoas com suspeita de terem contraído a doença para que sejam eliminados os criadouros do mosquito e orientá-las sobre medidas de prevenção que precisam ser adotadas. Para a diretora de Vigilância em Saúde, sem o envolvimento da população a situação tende a se agravar por ser uma época de fácil proliferação do Aedes Aegypti, por causa do período de chuvas intensas.
Fumacê
“Não esperamos a confirmação de casos suspeito para agir”, acrescenta Mara Espíndola, coordenadora das ações contra a dengue, revelando que além da visita de um agente de saúde na residência da pessoa notificada, o carro fumacê faz a borrifação em uma área de 400 metros quadrados para combater o mosquito e eliminar criadouros. Nessas situações, ela orienta as pessoas abrirem as portas e janelas de suas residências quando o carro fumacê passar por suas imediações porque, segundo explica, o Aedes Aegypti costuma se esconder no seu interior. Segundo ela, agindo assim, a fumaça mata o mosquito adulto e combate seus criadouros.
Mara Espíndola lembra também que as pessoas precisam recolher todos os vasilhames que acumulam água, vistoriar as calhas, caixas d’água e manter seus quintais limpos para evitar o surgimento de larvas. “É preciso que cada um faça a sua parte”, destacou observando que sozinho o poder público não consegue combater o mosquito e o aparecimento de novos focos. Por essa razão, acha fundamental o envolvimento da população, com ações que evitem o acumulo de lixo, casas fechadas e todas as situações que propiciam a proliferação do mosquito.
A coordenadora informou que 150 agentes de endemias trabalham no combate ao mosquito, número que considera insuficiente para atender toda a cidade. Segundo ela, para trabalhar com mais folga seriam necessários pelo menos mais 60 agentes, que deverão ser contratados ainda no primeiro semestre, depois que for realizado um concurso público e o treinamento dos aprovados.
Mara Espíndola acha que Anápolis vive uma situação de risco porque até o ano passado 99% da população não haviam contraído a doença, o que deixa a cidade suscetível. Ela orienta as pessoas com sintomas de dengue a procurar uma unidade de saúde e ingerir pelo menos quatro litros de líquidos por dia, a metade de soro para evitar complicações. Sugere ainda que exijam do médico a realização de um hemograma no início dos sintomas e outro depois do sétimo dia e também um exame de sorologia, que confirma ou não a doença.
(Com texto de Ferreira Cunha, do Tribuna de Anápolis)
