Uma nova variante do coronavírus foi encontrada em Goiás, em um morador de Ceres, conforme análise do laboratório Adolfo Lutz, nesta segunda-feira (8). A cepa P2 tem origem estrangeira e é diferente das encontradas em Manaus, Reino Unido e África do Sul.

O paciente diagnosticado com a nova cepa é, também, o primeiro caso de reinfecção no Estado. A nova variante já estava circulando no Brasil e a análise do laboratório não confirmou se ela é mais agressiva.

Em entrevista ao Sagres Sinal Aberto II, Ismael Alexandrino, Secretário de Saúde do Estado de Goiás, ressaltou que a nova onda da Covid-19, tem sido mais intensa no interior do estado.

“Na primeira onda tivemos uma concentração de casos em Goiânia, na região metropolitana e em torno do Distrito Federal. Nessa segunda onda, assim como em outros estados, percebemos uma interiorização da contaminação. E Ceres se enquadra neste quesito, estão tendo um número de casos bastante significativo e lá foi o primeiro caso confirmado realmente, depois que o Ministério alterou o critério que define o que é uma reinfecção, que é um intervalo de pelo menos 90 dias entre uma infecção e outra”, explicou.

Com o avanço da pandemia, o mundo tem identificado mutações genéticas no vírus, o que costuma ser comum. No Brasil, recentemente, foi identifica uma nova variante, em Manaus, que causa preocupação aos cientistas, pois em estudos preliminares, a cepa se mostrou mais contagiosa.

O secretário de saúde afirmou que a princípio, a cepa P2, não tem apresentado um maior grau de contágio.

“Até o momento não conseguimos definir, mesmo ela estando em alguns estados em maior número, algum impacto significativo do ponto de vista epidemiológico. Por exemplo, se ela teria uma maior letalidade. Parece que não. Se ela teria uma maior transmissibilidade, também parece que não. Diferente da de Manaus, mais ainda é cedo, é o primeiro caso. O que comentamos é observando outros estado”, revelou.

Outros lugares que também apresentam variantes da Covid-19, são o Reino Unido e a África do Sul. A mutação encontrada no Reino Unido também é mais contagiosa, enquanto a da África do Sul preocupa os cientistas pela agressividade.

“Até o momento as que tem significância realmente importante do ponto de vista de letalidade ou de transmissibilidade, são as do Reino Unido, a da África do Sul. Essa da África do Sul, inclusive a Oxford e a Sinovac estão levando a hipótese de que talvez a vacina não seria eficaz para essa de lá, chamada B1351. E a de Manaus tem maior transmissibilidade, essas três tem maior impacto epidemiológico, a P2 até o momento não tem”, finalizou Ismael Alexandrino.

Confira a íntegra da entrevista com Ismael Alexandrino: