Neste domingo, 1° de novembro iniciou-se uma das campanhas mais importantes de câncer e conscientização sobre doenças masculinas. O Novembro Azul tem o objetivo de conscientizar sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce do câncer de próstata.

Em entrevista ao Sagres Em Tom Maior, Marcel Cabral Cognette, urologista do Hospital do Câncer Araújo Jorge, destacou que a maioria dos homens não tem o costume de realizar um acompanhamento médico durante a vida.

“As mulheres tem o abito de fazer acompanhamento regular com ginecologista desde o primeiro ciclo menstrual, os homens não tem esse acompanhamento e deixam para fazer esse acompanhamento na terceira idade, após os 60 anos. Muitas vezes recebemos pacientes que comparecem ao consultório quase que por obrigação da esposa, ela que agenda a consulta, ela que o leva na tentativa de mudar a cabeça do homem por conta do preconceito em relação ao seguimento. Isso se reflete na sobrevida, de forma geral o homem vive me média oito anos a menos que as mulheres e um dos fatores associados é a falta de rotina de cuidados, de fazer checape, de fazer avaliação, de diagnóstico precoce”.

O câncer de próstata é o segundo mais comum entre homens, ficando atrás somente do câncer de pele. E 75% dos casos no mundo ocorrem em pacientes acima de 65 anos. Dados do Instituto Nacional do Câncer estimam que mais de 65 mil novos casos de câncer de próstata no Brasil foram registrados somente nesse ano de 2020.

Marciel ressalta que a campanha do Novembro Azul possui uma alta relevância no combate ao câncer de próstata e na conscientização da importância dos exames regulares e do diagnóstico precoce, não só do câncer mais de outras doenças também.

“É rotina ter um número maior de atendimentos no consultórios no mês de novembro, porque o paciente sabe que é a época de ir lá. O fato de estar na mídia aumenta bastante o fluxo de avaliações. O foco principal é o câncer de próstata, mas como os homens não costumam ter uma rotina de acompanhamento médico, o novembro azul começa a ser uma porta de entrada para outras avalições”, afirmou.

O urologista ainda salientou que o preconceito com o exame de toque e medo das sequelas do tratamento, como impotência sexual e incontinência urinária, são os principais fatores que afastam os homens dos consultórios médicos.

“Além do medo e do preconceito em relação ao exame do toque retal, tem o lado de se encontrar uma doença e tiver que tratar, tem a chance de à vezes prejudicar a parte sexual, então os pacientes tem duas desculpas para tentar fugir desse tratamento que é algo que prejudica mais ainda, porque se nós pensarmos que o diagnóstico for realizado em uma fase tardia a chance de cura é menor e a chance das sequelas são maiores, então o ideal é realmente fazer o diagnóstico na fase inicial”, finalizou.

Assista a íntegra da entrevista com Doutor Marcel Cabral Cognette no STM #132